Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (MS) atesta que 71% dos bebês que nascem em Hospitais Amigos da Criança são amamentados, enquanto que apenas 65% dos nascidos em outras maternidades recebem o leite materno de suas mães. Sete unidades alagoanas já integram a rede e mais duas estão em fase de habilitação junto a Organização Mundial da Saúde (OMS).
As unidades que são consideradas Hospitais Amigos da Criança têm como principal pré-requisito conscientizarem as gestantes, durante o pré-natal, sobre a importância do aleitamento materno. Já na primeira hora de vida dos recém-nascidos, as mães são orientadas a realizarem a amamentação, uma vez que este gesto reduz em até 22% as chances de mortalidade infantil.
No Hospital Amigo da Criança, durante o período em que as mães permanecem internadas, uma equipe multiprofissional orienta sobre os benefícios da amamentação. Realidade que se deve ao fato, de acordo com a coordenadora estadual do Programa de Saúde da Criança, Socorro Marques, do aleitamento materno interferir em toda vida da criança.
"Pesquisas comprovam a relevância do leite materno como fator primordial no combate à mortalidade infantil. Ele também é importante para evitar a hipertensão, diabetes, problemas circulatórios, obesidade e, inclusive, a inclinação para a violência", frisou Socorro Marques.
Para se tornar um amigo da criança, o estabelecimento de saúde precisa ser submetido a avaliações de técnicos estaduais, tendo como base o cumprimento dos critérios globais de cada um dos dez passos, mundialmente conhecidos, para o sucesso do aleitamento materno.
Entre esses passos está, por exemplo, o treinamento de toda a equipe, capacitando-a para implementar as normas. Os técnicos também orientam as mães a não darem nenhum outro alimento ou bebida ao recém-nascido e a evitarem bicos artificiais ou chupetas.
A coordenadora dos Bancos de Leite Humano de Alagoas e avaliadora da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, Rosângela Simões, ressalta a importância de trabalhar a conscientização das mães, porque algumas chegam a imaginar que não têm leite suficiente para seus filhos ou que seu leite é fraco para amamentá-los.
"A causa principal que leva as mulheres a pensarem que não têm leite suficiente é a falta de informação. Por isso, temos que prestar esclarecimentos, principalmente às mães de primeira viagem", disse.
Ainda de acordo com ela, o leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o bebê necessita para ser saudável. Além disso, ele possui determinados elementos que o leite de vaca não consegue incorporar, a exemplo dos anticorpos e glóbulos brancos que protegem o bebê de certas doenças e infecções, como otites, alergias, vômitos, diarreias, pneumonias e bronquiolites.