O UCLA´s Health System, da Universidade da Califórnia, lançou um novo programa de transplante de mão. O procedimento é o primeiro da costa oeste americana e o quarto desse tipo no país. O projeto vai ajudar os pacientes que sofreram a perda traumática da mão ou do antebraço e permitir a eles recuperar a função motora e melhorar sua qualidade de vida. Os candidatos qualificados estão, agora, sendo procurados por um estudo clínico do procedimento.
"Durante a última década, o campo emocionante do transplante de mão trouxe excelentes resultados para os pacientes, e nós estamos animados para trazer este programa para UCLA," disse o doutor Kodi Azari, diretor cirúrgico do programa de transplante de mão e professor adjunto do Departamento de Cirurgia Ortopédica e da Divisão de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva da universidade.
A primeira cirurgia foi realizada em 1998 na França. Até o momento, nove pacientes passaram por este procedimento nos Estados Unidos e duas dessas cirurgias envolveram as duas mãos.
Azari esteve em cinco dessas operações, incluindo o primeiro transplante duplo e o primeiro transplante de braço. "Muitas pessoas que perderam uma ou ambas as mãos, acham que os dispositivos protéticos não são suficientes para ajudá-los a voltar à vida que tinham, anteriormente", disse Azari. "Nestes casos, o transplante de mão pode oferecer uma oportunidade única de recuperar a função dinâmica e a sensação de uma verdadeira mão humana."
O novo programa é uma parceria entre os serviços de transplante, cirurgia da mão, cirurgia plástica e reconstrutiva, cirurgia ortopédica, psiquiatria, patologia, anestesia, medicina interna, radiologia, neurologia, ética e serviços de reabilitação.
Estimativas de 1996 do National Health Interview Survey indicam que um em cada 400 americanos não tem um membro superior. Este dado desconsidera os militares americanos, que perderam mãos ou braços devido aos ferimentos de guerra. Além de ajudar pacientes civis que sofreram a perda de uma mão, o Programa de Transplante de Mão também pode servir para militares feridos no Iraque e no Afeganistão.
"O novo programa de transplante de mão vai construir uma ponte entre a cirurgia reconstrutiva e a nossa vasta experiência em medicina do transplante", disse Sue McDiarmid, diretora médica dos programas de transplante de mão na David Geffen School of Medicine da UCLA. "Ambos irão beneficiar os outros, neste novo empreendimento em maneiras originais."
Doutor Ronald W. Busuttil, chefe da divisão de fígado e transplante de pâncreas da UCLA Medical Center, reconheceu o valor deste novo programa para os pacientes que poderiam se beneficiar do ensaio clínico . "Estamos no início de uma nova fronteira", disse Busuttil. "Transplante de órgãos sólidos são agora rotineiros para salvar a vida dos pacientes. Agora vamos realizar transplantes de tecido composto para melhorar a sua qualidade de vida."
De acordo com Azari, o objetivo do ensaio clínico é confirmar que as técnicas cirúrgicas já estabelecidas no procedimento são bem-sucedida; estudar o retorno da função nas mãos transplantadas; e a eficácia e segurança dos medicamentos anti-rejeição, necessários para assegurar que os enxertos sejam aceitos pelo organismo do receptor.
Para participar do estudo clínico
O estudo determinou critérios para a seleção do pacientes que vão participar do estudo, dentre eles: ter entre 18 e 60 anos; a amputação deve ter ocorrido no pulso ou no nível do antebraço; o paciente não pode ter infecções graves, como hepatite B ou HIV; a amputação não pode ter sida causada por defeito de nascença ou câncer; o transplantado fará reabilitação intensiva e precisará fazer uso de medicamentos imunossupressores.
Os pacientes que se interessarem por participar do ensaio clínico terão que passar primeiro por uma avaliação para determinar se eles atendem aos critérios pré-estabelecidos pelo programa. A avaliação inclui o histórico clínico detalhado do paciente, exames físico, laboratorial e psicológico, além de exames de raio X.