A Escola Politécnica (Poli) da USP acaba de desenvolver o Simulador Multiaxial de Movimento Humano. Trata-se do primeiro equipamento nacional capaz de testar próteses ortopédicas de articulações como, quadril, joelho, coluna, ombro e tornozelo, comercializadas no Brasil. De acordo com o engenheiro e doutorando André Luís Lima Oliveira, a máquina encontra-se em funcionamento e realiza ensaios especificados pela normas internacionais para controle de qualidade que estão sendo implantadas no país. Enquanto a importação de uma máquina para este fim custa, em média, R$ 1 milhão, o equipamento da Poli custou R$ 35 mil.
O simulador realiza ensaios de acordo com as normas internacionais. Para testar uma prótese, o simulador reproduz o movimento da articulação como na caminhada humana e em sua plenitude, de acordo com o tipo de prótese inserida na máquina. " Para os testes, consideramos que um paciente com idade superior aos 60 anos caminha, em média, 1 milhão de passos [ciclos] por ano. Assim, o equipamento testa a prótese até completar 10 milhões de ciclos, o que equivale à durabilidade de 10 anos, conforme normas utilizadas" , diz Oliveira. Com essa analogia, as próteses testadas não ultrapassariam 1 milhão de passos caso estivessem implantadas em pacientes.
Segundo as normas internacionais, as próteses de articulação são testadas para durar, no mínimo, dez anos, o que representa 10 milhões de ciclos na máquina. Oliveira explica que no Brasil, até o presente, a única exigência feita aos fabricantes e comerciantes nacionais é a apresentação de cartas declaratórias à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). " Em breve, teremos implantadas no Brasil duas normas: a ABNT NBR ISO 14242-1 e 14242-3, para controle de qualidade das próteses de quadril, e duas normas ABNT NBR ISO 14242-1 e 14242-3, para controle de próteses de joelho. O mesmo simulador pode realizar ensaios com qualquer uma das normas citadas" , garante o engenheiro.