Estudo conduzido na Universidade Purdue revelou que a redução ou o aumento da função de um gene recém-descoberto no milho pode aumentar o teor de vitamina A e ter implicações significativas para a redução da cegueira e da mortalidade infantil.
O professor de agronomia e líder do estudo, Torbert Rocheford, anunciou que a cor laranja do milho vem de níveis relativamente elevados de carotenoides, um dos quais é o beta-caroteno. Os seres humanos convertem o beta-caroteno em vitamina A durante a digestão.
Rocheford está usando uma seleção visual simples de cor laranja mais escura combinada com técnicas mais avançadas de detecção de diversidade molecular natural para criar linhas melhores do milho laranja.
"Nós estamos turbinando o milho com uma variação natural desejável para torná-lo mais escuro e mais nutritivo", explicou Rocheford.
Entre 250 e 500 mil crianças - a maioria na África e no Sudeste Asiático - ficam cegas a cada ano por causa da deficiência de vitamina A, segundo a Organização Mundial de Saúde. Metade dessas crianças pode morrer dentro de um ano. Rocheford revelou que o aumento de beta-caroteno em grãos de cereais, como o milho, é uma solução econômica para resolver essas deficiências nos países em desenvolvimento.
O gene-1 beta-caroteno hydroxylase (crtR-B1) altera o beta-caroteno nos milhos de uma forma que reduz a atividade da pró-vitamina A. Através de um processo conhecido como hidroxilação, o beta-caroteno é convertido em outros carotenoides que podem reduzir a quantidade de pró-vitamina A, criada através da digestão pela metade, ou eliminada completamente. A redução da função do gene 1 crtR-B1 reduziria a hidroxilação, consideravelmente.
"Devido a isso, a seleção de uma forma do gene que não tenha muita atividade faz com que o beta-caroteno se construa", disse Rocheford. "Estamos começando a mover o alelo "fraco" na direção favorável à criação de materiais".
Por outro lado, os alelos "fortes" aumentam a função de crtR-B1 impulsionando o processo de hidroxilação, que cria mais zeaxantina. A zeaxantina é um micronutriente que pode proteger contra a degeneração macular, a principal causa de cegueira.
" Os resultados são encorajadores para resolver os problemas nos países desenvolvidos e nas nações em desenvolvimento. Podemos selecionar uma versão para a população americana aumentando a zeaxantina e uma versão diferente para aumentar o beta-caroteno para as necessidades dos países em desenvolvimento", ressaltou.