A Federação Nacional dos Médicos realizou, nesta terça-feira (8), mais um dia de protestos "contra a precariedade da saúde pública e do trabalho médico" no país. A ideia foi reunir os sindicatos regionais numa suspensão parcial do atendimento no Dia Nacional de Protestos.
Segundo nota da Federação, "a medida é uma resposta de indignação da categoria contra o projeto que possuiu sucessivos equívocos, e coloca em risco a segurança do atendimento à população. A nossa resistência às agressões do governo federal, mais do que nunca, provam nosso compromisso com o cidadão", afirmou o presidente da FENAM. O programa, por exemplo, facilita a entrada de profissionais formados no exterior, sem comprovação técnica, e com concessão de "registro" pelo Ministério da Saúde, atribuição até, então, exclusiva dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).
Por meio de carta à população, os a Fenam destacou "os riscos assumidos pelo governo federal ao propor que médicos - sem domínio da língua portuguesa - atendam a população. Cobram ainda a oferta de condições de trabalho e de atendimento, o aumento dos investimentos em saúde (10% da receita bruta); pedem isonomia no valor pago em bolsa ao médico residente brasileiro, que recebe atualmente R$ 2,9 mil por 60/h, enquanto os profissionais do programa são remunerados com R$ 10 mil, para a realização da mesmas atribuições, com carga horária de 40h."
"Na condição de médicos e também de pacientes, expressamos nossa solidariedade aos cidadãos que sofrem com problemas da assistência no país. Reafirmamos que o enfrentamento dessas dificuldades não deve ser resumido à presença do médico nas unidades de saúde. Nós mantemos nossa disposição em contribuir com o melhor da nossa capacidade, mas sem compactuar com propostas improvisadas e eleitoreiras que não solucionarão os graves problemas do SUS", afirmou o presidente da FENAM, Geraldo Ferreira Filho.