Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, identificaram uma enzima que pode ser explorada como alvo para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento contra o câncer.
A enzima, que metaboliza a glucose necessária para o crescimento do tumor, é encontrada em altas concentrações nas células cancerosas, mas em muito poucos tecidos adultos normais.
De acordo com os pesquisadores, eliminar o gene para a enzima parou o crescimento do câncer em ratos de laboratório, sem efeitos adversos associados.
A segmentação do metabolismo da glicose para a terapia do câncer, evitando efeitos adversos em outras partes do corpo, tem sido uma estratégia "questionável", segundo o autor da pesquisa Nissim Hay. Mas ele e seus colaboradores demonstraram que o metabolismo da glicose pela enzima hexoquinase-2 pode ser quase completamente eliminado em ratos adultos sem afetar as funções metabólicas normais ou o tempo de vida.
Hexoquinase-2 é abundante em embriões, mas ausente na maioria das células adultas, onde enzimas relacionadas assumem seu papel no metabolismo. Uma das mudanças que marcam uma célula como cancerosa é a expressão da enzima embrionária. Hay e seus colegas mostraram que a versão embrionária é necessária para que as células cancerosas proliferem e cresçam, e que a sua eliminação interrompe o crescimento do tumor.
Eles desenvolveram uma cepa de rato na qual eles poderiam silenciar ou eliminar o gene HK2 e descobriram que esses ratos não poderiam desenvolver câncer de pulmão ou de mama e eram normais e saudáveis.
"Nós apagamos o gene HK2 nesses camundongos, e eles viveram por mais de dois anos. Sua vida útil é a mesma de camundongos normais", afirma Hay.
A equipe acredita que sem HK2, as células cancerosas não produzem DNA suficiente para novas células, e assim o crescimento do tumor chega a um impasse e cessa.