Nova tecnologia criada por pesquisadores da UC San Francisco, nos EUA, utiliza um composto criado à base de uma forma natural de açúcar para ajudar médicos a encontrar e avaliar tumores da próstata precisamente.
A tecnologia utiliza um composto chamado de piruvato, que é criado quando a glicose se decompõe no corpo e que normalmente fornece energia para as células. No câncer, no entanto, o piruvato é mais frequentemente convertido em um composto diferente, conhecido como lactato.
Estudos animais prévios mostraram que os cientistas podem controlar os níveis de piruvato, uma vez que ele é convertido em lactato através da ressonância magnética (RM), por meio de uma tecnologia chamada hiperpolarização e injetando o piruvato hiperpolarizado no corpo.
A quantidade de lactato produzida e a taxa de conversão permitiu aos pesquisadores detectar, com precisão, os limites do tumor em ratos e identificar quais os tipos de câncer foram mais agressivos, além de medir como os tumores responderam à medicação no início do tratamento.
Agora, um estudo de 31 pacientes demonstrou que a tecnologia é segura e eficaz em seres humanos para detectar tumores em pacientes com câncer de próstata.
"Nós agora temos uma dose segura para os pacientes, o que era o nosso principal objetivo. Em modelos animais, a quantidade de lactato derivado de piruvato está diretamente relacionada com a agressividade do câncer. Esta é uma molécula muito onipresente que será importante na adaptação de tratamentos a indivíduos específicos", afirma a autora da pesquisa Sarah J. Nelson.
No estudo clínico, os pesquisadores marcaram piruvato com carbono-13 e injetaram esse agente de imagem "piruvato hiperpolarizado" em 31 pacientes com câncer de próstata. A equipe então utilizou a ressonância para seguir a conversão do piruvato em lactato na próstata. Como nos estudos anteriores em ratos, os sinais mais elevados indicaram uma conversão mais rápida de lactato, possivelmente um sinal de câncer mais agressivo. Em contraste, houve pouca conversão detectada na próstata normal, de acordo com os pesquisadores.