Pesquisadores da Case Western Reserve University of Dental Medicine, nos EUA, descobriram como uma bactéria oral comum pode contribuir para o câncer colorretal.
A descoberta abre novas e promissoras possibilidades de pesquisa para o desenvolvimento de abordagens capazes de prevenir e tratar a doença.
O estudo, publicado na revista Cell Host & Microbe, sugere que a bactéria Fusobacterium nucleatum (Fn) pode acelerar o acúmulo de células cancerosas.
Os pesquisadores também desvendaram como impedir o micro-organismo de se unir a células do cólon e, potencialmente, desencadear uma cascata de alterações que podem levar ao câncer.
As últimas descobertas avançam pesquisas de 2011, em que o lÃder da pesquisa Yiping Han e sua equipe identificaram uma molécula adesiva na superfÃcie da bactéria Fn, chamada FadA, que pode se anexar à VE-caderina, receptor celular do grupo caderina em vasos sanguÃneos.
Depois que Han e seus colegas concluÃram o trabalho sobre FadA e VE-caderina, pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade de British Columbia descobriram que a presença de Fn foi maior em tumores malignos em comparação com o tecido circundante.
A equipe suspeitou, então, que Fn interagia com as células do cólon de forma semelhante à quelas nos vasos sanguÃneos e focou no câncer colorretal.
Controlando a capacidade de Fn para se anexar ao receptor VE-caderina nos vasos sanguÃneos, a equipe descobriu como FadA se ligou ao receptor E-caderina nas células do cólon.
De acordo com os pesquisadores, essa união desencadeia uma proteÃna chamada beta-catenina, que, entre suas muitas funções, tem duas ações importantes no processo de câncer: uma resposta inflamatória que altera o sistema imunológico, e outra que estimula o crescimento de células do câncer.
A equipe desenvolveu um novo peptÃdeo sintético que impede FadA de se anexar a E-caderina e incitar ações que levam ao desenvolvimento do câncer.
"FadA pode ser utilizada como marcador de diagnóstico para a detecção precoce do câncer de cólon. Ela também pode ser usada para determinar se o tratamento funciona de forma eficaz a reduzir a carga de Fn no cólon e na boca", ressaltam os pesquisadores.
A equipe salienta ainda que os resultados sublinham a importância da saúde bucal. Fn é uma bactéria oportunista que aumenta drasticamente na doença gengival.