Um dos maiores problemas da saúde pública no Brasil é a resistência dos homens em manter um cuidado de saúde permanente e preventivo. Romper a barreira cultural da resistência do homem em cuidar da própria saúde é um grande desafio nacional.
No Paraná, a campanha "Agosto Azul: Não Pare o Curso da Vida" alerta sobre as principais causas de morte entre a população masculina. Com ações previstas em todo o Estado, a campanha aborda a violência, considerada a primeira causa de morte masculina na faixa etária entre 20 e 59 anos.
"Os homens, comprovadamente, são mais relaxados que as mulheres no que se refere aos cuidados da saúde. É preciso estimular e conscientizar os homens a fazerem exames preventivos. Toda doença diagnosticada precocemente tem mais êxito no tratamento", afirma o governador Beto Richa.
Pais doentes, filhos doentes
"É importante ressaltar que o homem só formará filho saudável se ele próprio for saudável, cuidador e parceiro da família", afirma o coordenador estadual do programa, Rubens Bendlin, da Secretaria Estadual da Saúde.
Estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2007, reunindo 250 especialistas de diversas áreas da saúde, confirmou, entre outras situações, que o homem não faz prevenção e que quando busca o serviço de saúde já entra em tratamento de média e alta complexidades.
"O estudo mostrou que muitos homens não sabem que têm diabetes, hipertensão, colesterol alterados. E, ainda, quando vão ao médico abandonam o tratamento", explica Bendlin. "Isso tem forte impacto na família, na sociedade e nos serviços de saúde", afirma. Também foi evidenciado que os homens abusam mais que as mulheres de álcool e outras drogas e que se envolvem mais em situação de violência.
"Temos observado que muitas vidas estão sendo interrompidas precocemente. Além disso, diariamente vemos pessoas que ficam com sequelas físicas e psicológicas em decorrência da violência", diz explica o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo.