As entidades médicas abandonaram todas as Câmaras, Comissões e Grupos de Trabalho dos ministérios da Saúde e da Educação. Também não terão mais assento no Conselho Nacional de Saúde. A saída é conseqüência das decisões unilaterais tomadas pelo governo ultimamente, como o programa Mais Médicos e os vetos à lei do Ato Médico, tomadas sem nenhum diálogo com a classe, afirma nota divulgada pelo Conselho Federal de Medician (CFM)
Desde 2011 que as entidades médicas CFM, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), buscavam o consenso, apresentando propostas para a interiorização da assistência à saúde. "O governo, no entanto, preferiu agir de forma unilateral e autoritária."
A nota afirma que as entidades médicas participaram de inúmeras reuniões nos Ministérios da Saúde e da Educação, assim como de encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Em todas as oportunidades, ouviram os argumentos e apresentaram sugestões para interiorizar a medicina, como a criação de uma carreira de Estado para o médico e outros profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e a aceitação da vinda de médicos estrangeiros aprovados no exame de validação de diplomas (Revalida) para atuar em áreas de difícil provimento.
" A indiferença como as propostas foram tratadas e os constantes ataques aos médicos e suas entidades, transferindo-lhes a responsabilidade pela crise da assistência que se deve, em verdade, à falta de investimentos e má gestão (ambas sob o crivo do Executivo), sinalizaram que o Governo, a priori, não tem interesse em dialogar ou elaborar soluções reais, com a participação dos médicos, da academia e outros setores da sociedade." , enfatiza a nota.
"Estamos nos sentindo desprezados pelo governo. Ele está nos usando para dizer que negociou com a categoria, mas faz o que já tinha decidido anteriormente" , alega Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). " ? uma declaração de guerra ao governo" , acrescentou.
Segundo Ferreira, ficou acertado, em reunião com Conselho Federal de Medicina (CFM) a Associação Médica Brasileira (AMB), que representantes de 56 sociedades médicas, como de cardiologia e de pediatria, também vão sair dos grupos técnicos coordenados pelo governo.
Com informações do CFM e da Agência Brasil