A mãe da atriz Angelina Jolie faleceu em 2007 em decorrência de um câncer de mama causado pela alteração de um gene chamado BRCA1. As características hereditárias da doença de sua mãe, colocaram a atriz em um grupo de risco com 87% de chances de desenvolver câncer de mama e 50% de ter um câncer no ovário.
A dupla mastectomia realizada pela atriz americana em decorrência dos resultados despertou a curiosidade mundial para a oncogenética. Mas o exame, que pode custar até R$ 8 mil, não está acessível à maioria da população.
"O Hospital de Câncer de Barretos é a única instituição do país que realiza este exame de forma gratuita para o paciente mesmo que a tabela do SUS não faça a cobertura deste exame. No entanto, o exame somente é eficaz para pessoas com parentesco direto ao paciente que tiver um tipo de câncer hereditário. Quando estes casos são detectados, o paciente é convidado pela equipe de Oncogenética a fazer exames preventivos para avaliar o grau de predisposição a partir do DNA coletado," afirma o oncogeneticista Edenir Palmeiro.
" Lemos a sequência do material genético do paciente que já teve câncer e comparamos com outra sequência sem alteração. Depois, usamos essas informações para fazer a prevenção, testando outras pessoas da família que não tiveram a doença para analisar se elas têm ou não o risco aumentado", explica Palmeiro.
Caso seja necessário, o familiar suscetível à doença passa por uma cirurgia preventiva antes mesmo de a doença aparecer. Dos 1,6 mil pacientes que já fizeram o exame, 150 foram encaminhados para as cirurgias de prevenção. "Identificando essas famílias podemos fazer a detecção e oferecer um tratamento mais eficaz" , comenta Dr. Danilo Vilela Viana.
Este foi o caso da estudante Larissa Ferraz Barbosa, de 15 anos, e uma de suas irmãs. Larissa foi diagnosticada como uma paciente suscetível. Sua mãe, que teve câncer no intestino, teve o DNA comparado de suas três filhas - Larissa e a irmã mais velha herdaram o câncer e foram encaminhadas para a cirurgia preventiva. "Não tenho nem palavras para falar sobre o tratamento. Graças a Deus isso existe. Minha irmã já fez a cirurgia e está passando muito bem. Isso me anima muito", diz.
Com informações do Hospital do Câncer de Barretos