Padrões específicos de atividade cerebral podem indicar se um paciente com depressão vai ou não responder ao tratamento com medicamentos ou psicoterapia, de acordo com estudo de pesquisadores da Emory University, nos EUA.
A escolha do medicamento ou da psicoterapia é muitas vezes baseada na preferência do paciente ou do médico, ao invés de fatores objetivos. Em média, apenas 35 a 40% dos pacientes ficam bem com qualquer tratamento que começam.
A pesquisa foi publicada na revista JAMA Psychiatry.
"Ficar doente com depressão por mais tempo do que o necessário pode ser perigoso. Esta é uma doença grave e o sofrimento prolongado resultante de um tratamento ineficaz pode ter sérias consequências médicas, sociais e pessoais. Nosso objetivo não é apenas fazer com que os pacientes se sintam bem, mas também fazer isso o mais rápido possível, usando o tratamento que é melhor para cada indivíduo", afirma a investigadora principal Helen Mayberg.
Estudo sobre a tomografia de emissão de pósitrons (PET) ao longo dos anos têm dado pistas sobre o que pode estar acontecendo no cérebro quando as pessoas estão deprimidas, e como diferentes tratamentos afetam a atividade cerebral.
Esses estudos também têm sugerido que a varredura antes do tratamento pode fornecer pistas importantes sobre qual o tratamento deve ser escolhido. Neste estudo, os investigadores usaram tomografias para medir o metabolismo da glicose cerebral, um índice importante do funcionamento do cérebro para testar esta hipótese.
Os participantes do estudo foram aleatoriamente designados para receber 12 semanas ou do tratamento com o medicamento escitalopram ou terapia cognitivo-comportamental (TCC) após primeiro passarem por uma tomografia pré-tratamento.
A equipe descobriu que a atividade em uma região particular do cérebro, a ínsula anterior, poderia discriminar pacientes que se recuperaram daqueles que não respondiam ao tratamento atribuído.
Especificamente, os pacientes com baixa atividade na ínsula mostraram remissão com terapia cognitivo-comportamental, mas pouca resposta à medicação. Já os pacientes com alta atividade nessa região tiveram melhores resultados com a medicação e não responderam bem à terapia cognitiva.
De acordo com Mayberg, estes dados sugerem que se o tratamento for feito com base no tipo de padrão cerebral do paciente, isso aumenta a chance de coloca-los em remissão.