Um exame médico desenvolvido para medir uma toxina encontrada em fumantes foi adaptada para medir a mesma toxina em pessoas que sofrem de lesões medulares e esclerose múltipla.
A abordagem oferece uma ferramenta potencial para reduzir os sintomas das duas condições.
A toxina, chamada acroleÃna, é produzida no corpo depois que as células nervosas são lesionadas, desencadeando uma cascata de eventos bioquÃmicos que pioram a gravidade da lesão. A acroleÃna também pode desempenhar um papel importante na esclerose múltipla e outras condições.
Como já existem drogas para reduzir a concentração de acroleÃna no organismo, ser capaz de detectar e medir a toxina de forma não invasiva pode avançar o tratamento. "Se o nÃvel de acroleÃna é alto precisamos reduzir e já temos removedores de acroleÃna eficazes para fazer isso. Reduzir ou eliminar a acroleÃna pode diminuir a gravidade dos sintomas em pessoas que sofrem danos aos nervos, mas não havia uma maneira prática de monitorar os nÃveis de acroleÃna em trauma do sistema nervoso e doenças", afirma a pesquisadora Riyi Shi, da Purdue University.
Agora, a equipe aprimorou um método usado para detectar a toxina no cigarro. A abordagem atual não detecta a acroleÃna diretamente, mas determina a presença de um subproduto, ou metabolito, da acroleÃna na urina. O metabolito é um composto quÃmico chamado N-acetil-S-3-Hydroxypropylcysteine, ou 3-HPMA. "A acroleÃna é muito volátil, de modo que não permanece estável por tempo suficiente para ser controlada, mas uma molécula de acroleÃna, como 3-HPMA, é muito estável na urina", ressalta Shi.
Ratos de laboratório foram injetados com doses diferentes de acroleÃna, e os resultados mostraram que a técnica de detecção é capaz de medir com precisão as diferenças na concentração de acroleÃna na urina. A técnica pode um dia ser realizada rotineiramente no consultório de um médico.
Segundo os pesquisadores, a natureza não invasiva de medir a concentração de 3-HPMA na urina permite o monitoramento de longo prazo de acroleÃna, nos animais e, em última análise, em estudos clÃnicos em seres humanos.
O método pode ser utilizado em conjunto com outras medidas para testar pacientes sobre o progresso da doença da medula espinhal.
Os pesquisadores descobriram que, maiores nÃveis de acroleÃna na urina correspondem à maior gravidade da lesão medular. Eles concluem que isto significa que reduzir a quantidade da toxina no organismo pode ajudar a controlar os sintomas da esclerose múltipla e da lesão na medula espinhal.