Médicos da Universidade de Michigan, nos EUA, utilizaram uma impressora 3D para criar uma tala traqueal para salvar um menino com problemas respiratórios graves.
Kaiba Gionfriddo, de um ano e meio, sofria constantes colapsos de suas vias respiratórias, os brônquios não conseguiam se sustentar e bloqueavam a passagem de ar para os pulmões, prejudicando a respiração e, muitas vezes, o coração.
A equipe, liderada por Glenn Green desenvolveu cem pequenos tubos na impressora 3D, que utiliza o laser guiado por computador para fundir camadas de plástico e criar objetos tridimensionais.
O aparelho permite expandir os brônquios e criar um esqueleto para ajudar o crescimento adequado.
O dispositivo bioabsorvível feito a partir de um biopolímero chamado policaprolactona foi costurado nas vias aéreas de Kaiba em 9 de fevereiro de 2012, com permissão da Food and Drug Administration (FDA).
O menino conseguiu então respirar normalmente pela primeira vez. Ele tinha três meses quando a operação foi realizada, no ano passado. Ao longo de três anos, a tala será reabsorvido pelo corpo.
O caso é destaque no New England Journal of Medicine.
Impressão em 3D
Green e seus colegas foram capazes de criar o dispositivo personalizado com imagens de alta resolução e auxílio do computador. O dispositivo foi criado diretamente a partir de uma tomografia computadorizada da traqueia e dos brônquios de Kaiba, integrando um modelo de computador baseado em imagem com impressão 3D a laser para produzir a tala.
A concepção do processo de impressão com base em imagem 3D e biomateriais pode ser adaptada para construir e reconstruir várias estruturas de tecido.
Green e seus colegas já utilizaram o processo para construir e testar as estruturas da orelha e do nariz de pacientes específicos em modelos pré-clínicos. Além disso, o método tem sido utilizado para a reconstrução das estruturas ósseas (coluna vertebral, o osso craniofacial e longa) em modelos pré-clínicos.
Traqueobroncomalacia grave é raro. Cerca de 1 em 2.200 bebês nascem com traqueomalacia ea maioria das crianças crescem com isso por 2 anos ou 3, embora, muitas vezes, é confundida com a asma que não responde ao tratamento.
Casos graves de traqueobroncomalacia, como o de Kaiba, são raros e atingem cerca de 1 em 2. 200 bebês. Um resfriado normal pode fazer o bebê parar de respirar. "Traqueobroncomalacia grave tem sido uma condição que tem me incomodado há anos. Eu já vi crianças morrerem por causa dessa doença. Ver este trabalho do dispositivo é uma grande realização e oferece esperança para essas crianças", afirma Green.
Kaiba parou de receber auxílio respiratório 21 dias após o procedimento e não teve dificuldade para respirar desde então.