Cientistas da Nanyang Technological University, em Cingapura e da Universidade de Lund, na Suécia, desenvolveram uma nova molécula capaz de matar células cancerosas.
A molécula é baseada em uma proteÃna natural presente no leite materno humano, que tem sua capacidade de matar tumor ampliada quando se liga a determinados lipÃdeos. LipÃdeos são moléculas orgânicas, como aminoácidos e carboidratos, constituÃdos de carbono e hidrogênio, e ajudam a armazenar energia e a formar as membranas biológicas.
O complexo molecular proteico-lipÃdico é conhecido como HAMLET e tem se mostrado seguro e eficaz, uma vez que só ataca as células tumorais, deixando as células humanas saudáveis intactas.
HAMLET foi recentemente eficaz em suprimir com sucesso o câncer de cólon em ratos de laboratório.
Os cientistas também identificaram e isolaram, com sucesso, componentes especÃficos de Hamlet que têm a capacidade de matar tumores. Os peptÃdeos são aminoácidos de cadeia curta vulgarmente encontrados no corpo humano.
Os resultados foram publicados na revista PLoS ONE.
A equipe, liderada por Catharina Svanborg, descobriu que ratos de laboratório geneticamente modificados para desenvolver câncer de cólon, foram protegidos em grande parte, quando alimentados com água e HAMLET.
Os dados sugerem que o composto consegue matar células tumorais emergentes de forma mais rápida do que estas células podem crescer e se proliferar.
Sobre o novo conceito de uma versão sintética da molécula, a equipe afirma que ao estudar a proteÃna original, vão continuar a identificar os principais componentes para fazer um peptÃdeo sintético, tornando as propriedades de HAMLET ainda mais resistentes do que o complexo da proteÃna original.
"A construção sintética dos componentes principais ajuda o peptÃdeo a ser muito mais resistente e a 'sobreviver' em diferentes ambientes, tais como no corpo humano ou água potável, que é um meio de entrega ideal, antes de atingir o alvo tumoral", afirmam os pesquisadores.
A capacidade de recriar HAMLET em forma sintética abre possibilidades de transformá-lo em uma droga para matar tumores.
Os próximos passos incluem testar HAMLET como um agente terapêutico e preventivo de câncer de cólon, especialmente em famÃlias com predisposição genética, onde as opções de prevenção são limitadas. "Depois de completar os vários ensaios clÃnicos, esperamos desenvolver um produto comercialmente disponÃvel para uso dos médicos para o tratamento do câncer nos próximos cinco a dez anos", concluem os autores.