Equipe de pesquisadores da University of California San Francisco, nos EUA, usou, pela primeira vez, células-tronco humanas para gerar sistema imunológico em ratos.
Os pesquisadores mostraram que, nos animais, o tecido pode ser usado para fomentar o desenvolvimento de células brancas do sangue que o corpo precisa para montar respostas imunológicas saudáveis e evitar reações autoimunes prejudiciais.
A equipe gerou células do timo (UTEs) a partir de células-tronco embrionárias humanas (hESCs). Quando transplantadas em um tipo de rato sem timo ou um sistema imunitário funcional, estas células amadureceram em células tímicas (TEC), que induzem o desenvolvimento de células brancas do sangue que se proliferam, treinam o sistema imunológico e executam as respostas imunes.
O trabalho, liderado por Mark Anderson, aumenta a esperança de que o tecido do timo possa ser utilizado para prevenir a rejeição de transplantes e para o tratamento de doenças de imunodeficiência, como lúpus e diabetes tipo 1.
A equipe acredita que, dada a natureza invasiva da terapia celular, que permanece completamente experimental, os primeiros tratamentos com tecido do timo criado em laboratório podem ser aplicados em doentes com condições fatais para as quais não há tratamento eficaz.
No entanto, o maior impacto pode ser na área de transplante de tecido, objetivo da área emergente de terapias baseadas em células estaminais, como por exemplo, para evitar a rejeição de transplantes de órgãos sem a necessidade de imunossupressão prejudicial.
O tecido do timo pode um dia ser usado para treinar o sistema imune a responder a doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico ataca as próprias células do corpo.
"Desenvolvemos, agora, uma ferramenta que nos permite modular o sistema imunológico de uma maneira que nunca tivemos antes", conclui Anderson.