Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram, a NuBBE Database, Base de Dados Brasileira de Produtos Naturais.
O estudo inédito disponibiliza informações de mais de 650 moléculas de compostos de origem natural isolados da biodiversidade brasileira.
Na nova base de dados, que já está disponível na internet, cientistas e pesquisadores que trabalham no desenvolvimento de fármacos terão acesso gratuito a informações sobre produtos naturais, como origem, estrutura molecular, classificação, estrutura molecular 3D, massa e volume moleculares, solubilidade e ligações de hidrogênio, entre outras.
Para a professora Vanderlan Bolzani, da Unesp, estes parâmetros são fundamentais quando se investiga uma substância natural visando um protótipo com finalidade farmacêutica. "Esta base já está no ar há cerca de cinco anos e proporciona aos pesquisadores estudar as propriedades de fármacos conhecidos, bem como explorar o potencial de novas moléculas", descreve.
Recentemente a NuBBE Database passou a integrar a Zinc que é, segundo Adriano D. Adricopulo, do Laboratório de Química Medicinal da USP, a maior base de dados de moléculas do mundo. Foi estabelecido um link cruzado entre as duas bases. O Zinc é um serviço do Laboratório Shoichet, do Departamento de Química Farmacêutica da Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF), nos EUA.
A segunda etapa do projeto prevê a participação de outros grupos que estudam a biodiversidade brasileira. Para a professora Vanderlan, "entender o universo molecular da biodiversidade é avançar no conhecimento sobre as espécies de ambientes tropicais e equatoriais como o nosso, para poder reproduzir biotecnologia ou sintetizar tais compostos em laboratóri". O Brasil reúne cerca de 20% de todas as espécies do planeta.