Três leitos de UTI e dez de retaguarda no Hospital Porto Alegre, dois leitos de UTI no Hospital Vila Nova e mais dez leitos no Hospital Universitário de Canoas poderão ser utilizados por pacientes do SUS enquanto estiverem desativados os 15 leitos da UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição, para desinfecção do local. A confirmação foi feita nesta quinta-feira (9) pelo secretário de Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli. O fechamento temporário dos leitos no Hospital Conceição, anunciado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na quarta-feira (8) é uma das medidas para bloqueio da bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) e da enzima NDM-1 (New Delhi Metallobetalactamase).
As ações de descontaminação foram definidas em uma reunião da qual participaram o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, o secretário municipal da Saúde e o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni. De acordo com a direção do Hospital Conceição, 18 pacientes apresentam a bactéria KPC colonizada ou seja, eles são portadores. Entre esses pacientes, seis estão internados na UTI e um está infectado por KPC. Já a enzima NDM-1 teve cinco notificações das quais quatro casos são de colonização e um de infectação. Dois desses pacientes estão na UTI.
Outra medida anunciada pelo ministro Alexandre Padilha é o encaminhamento de autorização, pelo governo federal, para contratação específica de profissionais permanentes para os serviços de limpeza e esterilização de áreas fechadas do Hospital Conceição, como a UTI. Hoje, esses serviços são terceirizados e, com a mudança, os novos profissionais serão capacitados. Ficou estabelecido ainda que a utilização de alguns antibióticos no hospital terá novas regras de controle.
A Comissão Municipal de Controle de Infecção e a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) acentuaram as medidas de higienização em conjunto com os hospitais. Também foram desenvolvidas ações com a rede hospitalar e os laboratórios de Porto Alegre para agilizar e qualificar o diagnóstico de NDM-1, de acordo com as recomendações da Anvisa.
A direção do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) afirma que realiza busca ativa sistemática de mecanismos de resistência bacteriana desde 2009, com o objetivo de identificá-los precocemente e conter possíveis surtos. " Com a detecção do mecanismo NDM-1, o GHC iniciou uma pesquisa epidemiológica em conjunto com a Anvisa, a Secretaria Estadual da Saúde e a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre para rastreamento dos casos e procura de possíveis vínculos epidemiológicos. Esse processo encontra-se em andamento e representa o compromisso da instituição com a qualidade do serviço prestado" , salienta a direção. O GHC afirma ainda que continuará adotando " medidas e estratégias de boas práticas em controle de infecção, assim como a parceria com a Anvisa para investigação e contenção de bactérias resistentes" .