O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu, nesta quarta-feira (8), um comunicado, devido à detecção de fraude em lotes de leite recebidos por quatro empresas no Rio Grande do Sul.
Cerca de 600 mil litros de leite foram detectados com indícios de fraude entre junho de 2012 e abril deste ano. As ações agora serão intensificadas no resto do País em relação à análise para detecção de ureia.
Todos os produtos processados pelas indústrias que apresentaram problemas foram colocados em apreensão cautelar. Se não fossem encontradas irregularidades, eram liberados para comercialização. Quando havia inconformidades, eram imediatamente descartados. "Esse processo foi fundamental durante as investigações para identificar os responsáveis pela fraude", destacou a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Judi Nóbrega.
De acordo com o Ministério Público do Rio grande do Sul, a fraude acontecia no transporte entre o produtor e a indústria. De acordo com a investigação, suspeitos de cinco transportadoras compraram 98 toneladas de ureia, quantidade suficiente para adulterar 100 milhões de litros de leite em um ano.
Parte do leite adulterado está disponível no mercado, mas segundo o ministério, seu consumo não apresenta riscos à saúde. A mistura de água e ureia servia para aumentar o rendimento.
O trabalho do Programa Nacional de Combate à Fraude no Leite vem sendo aperfeiçoado desde 2007, contemplando ações fiscalizatórias com foco em verificação de indícios de fraude e coletas oficiais de amostras (cerca de quatro mil por ano).
A partir da detecção dos indícios de ureia no ano passado, o Ministério da Agricultura vai direcionar ações para este foco. O trabalha agora será traçar um padrão de ureia que permita identificar desvios da faixa de normalidade, tendo em vista que o composto nitrogenado é um componente natural do leite.
As irregularidades encontradas configuram em crime - o que foge à alçada da fiscalização sanitária. No entanto, a quantidade de formol existente na composição da ureia utilizada na fraude é ínfima, o que representa baixo risco em relação à saúde pública.