A partir da próxima segunda-feira(6), a equipe do Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes) inicia uma série de visitas a 56 escolas públicas e particulares, em 11 municípios mineiros. O trabalho, que vai até setembro, pretende estabelecer o perfil dos adolescentes em relação aos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Este ano, o Erica será desenvolvido nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, e, em 2014, nas regiões nordeste e norte.
De acordo com a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristiane de Freitas, coordenadora do projeto em Minas Gerais, o Erica também quer conhecer a proporção de adolescentes com diabetes mellitus e obesidade. A equipe é multidisciplinar, composta de médicos, nutricionistas, enfermeiros, educadores físicos, odontólogos e fisioterapeutas.
O estudo é coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e financiado pelo Ministério da Saúde e vai atingir cerca de 75 mil estudantes, de 12 a 17 anos, em mais de mil escolas, distribuídas pelas 124 cidades participantes do Brasil, incluindo todas as capitais.
" As escolas foram sorteadas de forma aleatória, a partir de método desenvolvido na UFRJ e que será reproduzido em todo o Brasil, para garantir que seja uma amostra representativa" , explica Maria Cristina Kuschnir, uma das coordenadoras gerais do projeto.
Privação do sono, experimentação precoce de álcool e cigarro, uso de drogas, obesidade e sedentarismo são fatores considerados de alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que podem ter consequências graves, como os acidentes vasculares cerebrais e infartos. A situação pode ser ainda mais grave quando esses fatores são interligados.
A pediatra Cristiane de Freitas destaca que o projeto tem um papel importante para a promoção da saúde junto aos jovens. " Além dos dados coletados, a realização do Erica nas escolas também vai provocar efeitos secundários muito positivos, como ampliar o diálogo entre escolas, pais e alunos sobre saúde e chamar a atenção para a relação do adolescente com seus hábitos" , espera.