Cientistas da Universidade de South Florida, nos EUA, descobriram que uma família de proteínas, conhecidas como fatores AP2, que evoluíram a partir dos reguladores de floração nas plantas, permite a transição da toxoplasmose aguda para a fase crônica.
A descoberta pode ajudar a resolver o mistério de como este parasita unicelular estabelece infecções ao longo da vida das pessoas.
Os resultados demonstram que fatores AP2 são fundamentais para criar um "interruptor" de desenvolvimento que permite a transição de uma forma aguda de divisão rápida e destrutiva do parasita Toxoplasma gondii no tecido saudável para uma fase crônica invisível para o sistema imunitário.
Eles identificaram um fator, AP2IX-9, que parece restringir o desenvolvimento de quistos do Toxoplasma que se instalam em diversos tecidos tranquilamente, mais geralmente o cérebro do hospedeiro.
"Uma melhor compreensão de como o mecanismo do interruptor funciona pode levar a maneiras de bloquear as infecções crônicas por Toxoplasma", afirma o investigador principal Michael White.
Nenhuma droga ou vacina existe atualmente para tratar ou prevenir a fase crônica da doença. O parasita T. gondii pode permanecer invisível para o sistema imunológico durante anos e, em seguida, se reativar quando a imunidade diminui, aumentando o risco de doença recorrente.
"A história evolutiva do Toxoplasma é fascinante. Nós ficamos fascinados ao descobrir que fatores AP2 que controlam como uma flor se desenvolve e como as plantas respondem à falta de condições de solo e água foram adaptados para trabalhar dentro de um parasita intracelular humano", afirma White.
Segundo os pesquisadores, o estudo mostrou que, assim como os fatores AP2 ajudam a planta sobreviver a um ambiente estressante, os fatores AP2 de T. gondii ajudam o parasita a decidir quando é o momento certo para crescer ou quando formar um cisto de tecido que pode permanecer latente nas pessoas por muitos anos.
Veja mais detalhes sobre esta pesquisa (em inglês).