Equipe de pesquisadores da National University of Singapore desenvolveu um novo dispositivo microfluÃdico capaz de acelerar o diagnóstico de doenças.
O aparelho permite a separação eficiente e rápida de biopartÃculas, tais como bactérias patogênicas e células vermelhas do sangue infectadas com malária.
BiopartÃculas tais como bactérias e células vermelhas do sangue são não esféricas. Muitas são também deformáveis, por exemplo, as células do sangue podem mudar de forma quando afetadas por diferentes patógenos em nosso corpo. Assim, a técnica da equipe, sensÃvel à forma é uma descoberta significativa. Atualmente, técnicas de separação são concebidas para partÃculas esféricas.
Embora a equipe tenha se concentrado principalmente na separação rápida e detecção de bactérias a partir de amostras patológicas, o dispositivo tem potencial como uma ferramenta de diagnóstico rápido também.
A nova técnica pode potencialmente substituir um velho método de detecção baseado na cultura bacteriana. "O velho método foi desenvolvido a cerca de 100 anos atrás, mas ele ainda está sendo usado hoje como a técnica convencional, pois nenhuma técnica nova está disponÃvel para separação efetiva de bactérias a partir de amostras patológicas como sangue. Muitas das bactérias patogênicas são não esféricas, mas a maioria dos dispositivos microfluÃdicos é hoje para a separação de células esféricas. O nosso método utiliza uma matriz de coluna especial em forma de I, que é capaz de separar biopartÃculas não esféricas ou de forma irregular", explica o pesquisador Zhang Yong.
O método desenvolvido pode completar o processo de diagnóstico, em menos de uma hora, em comparação com 24 a 48 horas necessárias para a detecção de bactérias utilizando métodos convencionais.
O aparelho também é eficiente na separação de células vermelhas do sangue a partir de amostras de sangue, já que os glóbulos vermelhos são não esféricos. Isto permite a detecção rápida de biomarcadores de diagnóstico que se encontram na amostra de sangue.
O dispositivo também pode separar biopartÃculas com diversas formas e tamanhos. A equipe testou com sucesso em seu dispositivo em formas de bastonete, tais como Escherichia coli.
As conclusões da equipe foram publicadas na revista Nature Communications.
"Com nossos resultados atuais, esperamos avançar para separar outras biopartÃculas não esféricas como fungos, com maior rendimento e eficiência, evitando a dependência da dimensão esférica das técnicas atuais", conclui Yong.