Cientistas do Oslo University Hospital, na Noruega, identificaram uma variante genética que desempenha um papel distinto na regulação da dor no corpo de homens e mulheres.
O estudo sugere que o mesmo gene que causa a dor em mulheres, suprime a sensação de dor nos homens.
O lÃder da pesquisa, Johannes Gjerstad e seus colegas avaliaram cerca de 300 pacientes que sofrem de hérnia de disco. Os pacientes foram acompanhados por um ano após a admissão.
Embora todo mundo tenha, basicamente, os mesmos genes, há muitos genes que vem em várias versões, uma ordinária e uma variante. Geralmente, os efeitos dessa variação genética são independentes do gênero, mas há exceções.
"Como esperado, mais homens do que as mulheres foram encaminhados para o hospital com hérnia de disco. No decorrer do estudo, observou-se que os homens recuperaram mais rapidamente do que as mulheres", afirma Gjerstad.
Pesquisas anteriores em animais mostraram um indÃcio de que o gene que codifica o receptor OPRM1, envolvido na regulação da dor do corpo, pode ser responsável por isso.
Acontece que as mulheres com a variante menos comum do gene muitas vezes experimentaram duas vezes mais dor que os homens que tinham a mesma variante genética. Um ano após o prolapso do disco, em uma escala de dor de 0 a 10, estas mulheres relataram uma intensidade média de cerca de quatro, enquanto os homens em média cerca de dois.
O receptor OPRM1 não tem significado direto para a condição fÃsica das costas, mas é conhecido por desempenhar um papel fundamental na regulação da dor pelo cérebro. Por esta razão, os pesquisadores acreditam que suas descobertas podem ser relevantes para outras experiências de dor.
"Nós pensamos que esta variante do gene OPRM1 é significativa para dor a longo prazo de modo mais geral, e gostarÃamos de investigar isso", conclui Gjerstad.