Cientistas do Fraunhofer Institute, na Alemanha, desenvolveram um novo dispositivo capaz de melhorar a audição de pacientes com deficiências graves.
O aparelho, que é implantado por meio de uma cirurgia muito mais simples que a atual, pode se tornar acessível para um grande número de pessoas.
Os aparelhos auditivos são uma obrigação para quase uma em cada duas pessoas com mais de 65 anos na Europa, cuja audição é ruim. No caso de pacientes com deficiências auditivas graves, no entanto, aparelhos auditivos convencionais atingem os limites de sua utilidade. A audição desses pacientes só pode ser ajudada por um implante, que amplifica os sons de forma mais eficaz do que os sistemas convencionais e possui melhor qualidade de som. No entanto, aí está o obstáculo: estes implantes do ouvido médio exigem operações complexas que duram várias horas. O alto risco e a despesa da cirurgia limitam o implante desses dispositivos.
A nova solução mais simples é composta de três partes: uma caixa com um microfone e bateria; sinal óptico sem fio e transmissão de energia entre a orelha externa e média, e um transdutor eletroacústico, peça central e alto-falante do implante.
"Nosso objetivo é pegar a melhor qualidade de som de aparelhos auditivos implantáveis e combiná-la com uma cirurgia muito mais simplificada. Para implantar o nosso sistema, todos os cirurgiões têm que fazer apenas uma pequena incisão no lado do tímpano. Isto pode ser feito em ambiente ambulatorial", afirma o engenheiro Dominik Kaltenbacher.
O transdutor eletroacústico é colocado diretamente na ligação entre o ouvido médio e interno conhecido como a "janela redonda". A partir daí, transmite sinais acústicos para o ouvido interno, na forma de vibrações mecânicas amplificadas, aumentando assim a capacidade auditiva de pacientes.
Segundo os pesquisadores, apesar de o implante na ' janela redonda' não ser maior que uma cabeça de alfinete, ele pode produzir volumes de até 120 decibéis, o que é aproximadamente o barulho de uma britadeira. "Esse alto desempenho é necessário para a compreensão muito boa da fala, especialmente para sons de alta frequência, difíceis de serem entendidos por pessoas com dificuldade de audição", afirmam.
Especialistas estão testando um primeiro protótipo em laboratório. Os resultados têm sido positivos até o momento. "Os componentes individuais do aparelho auditivo foram todos desenvolvidos. O próximo passo é otimizar e montá-los", observa Kaltenbacher.
Os componentes otimizados individuais deverão estar prontos em junho deste ano, testes de todo o sistema estão previstos para 2014.