Cientistas do Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, criaram o modelou da estrutura de uma proteÃna comumente associada ao Parkinson.
A pesquisa revela que a alfa-sinucleÃna pode assumir um dos dois estados propostos, flexÃveis ou rÃgidas.
Os resultados sugerem que forçar a proteÃna a mudar para a estrutura rÃgida, que não se agrega, pode oferecer uma nova forma de tratar o Parkinson.
"Se alfa-sinucleÃna puder realmente adotar essa estrutura ordenada que não agrega, podemos imaginar uma estratégia de design de drogas que estabilizam essas estruturas ordenadas para impedir a formação de aglomerados", afirma o autor da pesquisa Collin Stultz.
Durante décadas, os cientistas acreditavam que a alfa-sinucleÃna, que forma aglomerados conhecidos como corpos de Lewy em células cerebrais e outros neurônios, era desordenada e flexÃvel. No entanto, em 2011, um estudo mostrou que ela tem uma estrutura dobrada bem definida.
Essa descoberta desencadeou uma controvérsia cientÃfica. Alguns tentaram e não conseguiram replicar a descoberta, mas cientistas da Universidade Brandeis também encontraram estruturas dobradas (ou ordenadas) da proteÃna alfa-sinucleÃna.
Stultz e seus colegas decidiram desenvolver uma abordagem de modelagem computacional para prever que tipo de estruturas a proteÃna pode ter.
Trabalhando com dados estruturais obtidos pelos pesquisadores de Brandeis, Stultz criou um modelo que calcula as probabilidades de diferentes estruturas possÃveis, para determinar que conjunto de estruturas melhor explicaria os dados experimentais.
Os cálculos sugerem que a proteÃna pode mudar rapidamente entre muitas conformações diferentes. Num dado momento, cerca de 70% das proteÃnas individuais estarão em um dos muitos possÃveis estados desordenados, que existem em moléculas individuais da proteÃna alfa-sinucleÃna. Quando três ou quatro das proteÃnas se juntam, ela pode assumir uma mistura de possÃveis estruturas rÃgidas, incluindo hélices e cordões beta (cadeias de proteÃnas que podem juntar-se para formar folhas).
Os pesquisadores também descobriram que, quando alfa-sinucleÃna adota uma estrutura ordenada, as porções de proteÃna que tendem a agregar-se com outras moléculas são enterradas a uma profundidade no interior da estrutura, o que explica as formas ordenadas não se agregarem.
Stultz agora está trabalhando para descobrir o que controla a configuração da proteÃna. Há algumas evidências de que outras moléculas na célula podem modificar alfa-sinucleÃna, forçando-a a assumir uma forma ou de outra. "Se essa estrutura realmente existe, temos uma nova forma de potencialmente projetar drogas que impedem a agregação da alfa-sinucleÃna", conclui.