Amplamente divulgado em todo país, a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) de defender o direito ao aborto até a 12ª semana de gestação, agora, divide a classe médica.
Artigo divulgado, nesta segunda-feira (01), assinado pelos presidentes da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, e da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, afirma que é fundamental esclarecer que este não é o pensamento de todos os médicos brasileiros.
" A medicina é uma ciência que cuida da vida e a respeita prioritariamente. Crianças em gestação de até 12 semanas são seres vivos. Portanto, aprovar a autonomia pura e simples da mãe sobre a interrupção da gravidez equivale a concordar com a eliminação de vidas sem maiores justificativas. Esta prática não condiz com os princípios da medicina, na opinião de parcela significativa dos médicos," afirma o artigo.
" Sendo assim, consideramos precipitado o indicativo de uma entidade médica, da forma contundente como ocorreu, sobre um tema tão delicado e polêmico, que deve ser amplamente debatido pela sociedade como um todo. Os médicos, como qualquer outro segmento social, obviamente têm direito de expressar suas opiniões. No entanto, por não refletir a posição consensual dos profissionais de medicina, a manifestação do CFM pode confundir a opinião pública e, inclusive, prejudicar a imagem dos médicos perante a população,"
A proposta levada ao Congresso Federal pelo CFM foi aprovada com apoio dos 27 conselhos regionais de Medicina (CRMs), no 1° Encontro Nacional de Conselhos de Medicina 2013, segundo o presidente Roberto Luiz d'Ávila, Essa é uma das propostas previstas na ampliação das possibilidades de aborto, em discussão na reforma do Código Penal Brasileiro, desde ano passado no Senado.
" Somos a favor da vida, mas queremos respeitar a autonomia da mulher que, até a 12ª semana, já tomou a decisão de praticar a interrupção da gravidez" , disse o presidente do CFM Roberto Luiz d'Ávila, na semana passada.