Um em cada quatro idosos com transtorno cognitivo leve, precursor da demência, volta a ter cognição normal naturalmente, de acordo com pesquisadores da University of New South Wales, na Austrália.
Os resultados desafiam uma crença popular de que as pessoas mais velhas com problemas cognitivos leves sempre caminham para o diagnóstico de doença mental.
O estudo, publicado na revista PLoS One, mostra que alguns idosos, na verdade, ficam melhores. "Embora nem sempre seja possÃvel prever quem vai ficar melhor, há alguns indicadores", afirma o autor do artigo Perminder Sachdev.
No estudo, as pessoas que voltaram a ter cognição normal eram mais resistentes e pareciam estar envelhecendo "melhor". Eles tinham mais probabilidade de ter pressão arterial elevada controlada e eram geralmente mais fisicamente e mentalmente ativas. "Parece que tanto a atividade mental e exercÃcio fÃsico podem ser fatores muito importantes", destaca Sachdev.
Os participantes com maior abertura à experiência também foram mais propensos a reverter sua condição, indicando que uma personalidade mais flexÃvel é uma vantagem.
Os pesquisadores analisaram 223 pessoas com idades entre 71 e 89 anos de idade que foram diagnosticadas com transtorno cognitivo leve. O grupo passou por uma série de testes para medir o funcionamento do cérebro, incluindo a função da memória e da linguagem.
Após o perÃodo de dois anos, 66 participantes tinham revertido para cognição normal e 157 não.
Segundo Sachdev, tanto exercÃcio fÃsico quanto mental fornecem benefÃcios diretos para o cérebro. O exercÃcio também oferece muitos efeitos indiretos, corrigindo outros fatores de risco associados com o declÃnio cognitivo, como a redução da obesidade e controle da pressão arterial e diabetes.
Embora a pesquisa forneça esperança a pessoas com problemas cognitivos leves, Sachdev adverte que os benefÃcios poderiam ser limitados ao longo do tempo.