Equipe de pesquisadores da Washington University, nos EUA, criou um novo método de decodificação que permite prever se uma célula individual vai se tornar cancerígena.
A técnica utiliza uma variedade de cores para iluminar 100 biomarcadores para ajudar a analisar células individuais de culturas ou biópsias de tecido.
A pesquisa se baseia em métodos correntes que usam uma menor variedade de cores para indicar os biomarcadores de uma célula, ou seja, características que indicam uma célula especial, e potencialmente anormal ou doente.
Os pesquisadores criaram um processo que permite aos cientistas testar até 100 biomarcadores em uma única célula por vez. Antes, os investigadores podiam testar apenas 10 de cada vez.
A análise usa pontos quânticos, que são esferas fluorescentes de material semicondutor. Pontos quânticos são a versão menor do material encontrado em muitos aparelhos eletrônicos, incluindo smartphones e rádios. Estes pontos quânticos têm entre 2 e 6 nanômetros de diâmetro, e eles variam na cor que emitem dependendo do seu tamanho.
Como funciona
O líder da pesquisa Xiaohu Gao e seus colegas compram anticorpos que são conhecidos por se ligarem a biomarcadores específicos que eles querem testar em uma célula.
Eles emparelham os pontos quânticos com os anticorpos em solução de fluido, injetando-a em uma amostra de tecido. Em seguida, eles utilizam um microscópio para procurar a presença de cores fluorescentes nas células. Se eles veem cores particulares de ponto quânticos na amostra de tecido, eles sabem que o biomarcador correspondente está presente na célula.
Depois de completar esse ciclo, os pesquisadores injetam um fluido de baixo pH no tecido celular que neutraliza a fluorescência da cor, essencialmente limpando a amostra para a próxima rodada. Surpreendentemente, a amostra de tecido não se degrada, nem mesmo após os 10 ciclos.
Para a pesquisa e tratamento do câncer, em particular, é importante ser capaz de olhar para uma única célula em alta resolução para examinar seus detalhes. Por exemplo, se 99% das células cancerosas no corpo de uma pessoa respondem a um tratamento, mas 1% não, é importante analisar e compreender a composição molecular desse 1% que responde de forma diferente.
"Quando você trata uma doença com medicamentos promissores, ainda existem algumas células que normalmente não respondem ao tratamento. Elas têm a mesma aparência, mas você não tem uma ferramenta para olhar cada proteína. Esta nova técnica realmente vai nos ajudar a desenvolver novos medicamentos e abordagens de tratamento", afirma Gao.
O processo é relativamente de baixo custo e simples, e a equipe espera que o processo possa ser automatizado. "A tecnologia está pronta. Agora que ela está desenvolvida, estamos prontos para os impactos clínicos, particularmente nos campos da biologia, oncologia e patologia", conclui o pesquisador.