Neurologistas da Clínica Mayo, nos EUA, descobriram um teste capaz de confirmar o diagnóstico de concussão cerebral.
O estudo mostrou que o teste de reflexo autonômico, que mede mudanças involuntárias na frequência cardíaca e pressão arterial, parece demonstrar, de forma consistente, mudanças significativas em pacientes com concussão.
Os resultados foram apresentados na reunião anual da Academia Americana de Neurologia.
Atualmente, os médicos se baseiam principalmente no auto relato de sintomas para fazer um diagnóstico de concussão. Além disso, com exceção da ausência de sintomas, não há nenhum teste fiável para determinar quando o cérebro de um atleta está totalmente recuperado da concussão.
Os médicos sabem a partir de estudos do cérebro que há uma defasagem entre o momento em que o paciente relata o fim dos sintomas e o momento em que o cérebro fica realmente curado. Portanto, uma ferramenta eficaz, rápida e confiável é necessária para identificar a recuperação total do cérebro após concussão.
"Isso tem o potencial de mudar a forma como abordamos os pacientes com concussão. Um dos desafios de tratar alguém com uma concussão é fazer um diagnóstico confiável: saber quando o cérebro está lesionado e saber quando o cérebro está realmente recuperado", explica o pesquisador David Dodick.
A disfunção do sistema nervoso autônomo tem sido reconhecida como uma possível complicação de pessoas com traumatismo cranioencefálico grave, mas raramente tem sido associada a pessoas com contusões ou formas mais leves de lesão cerebral.
O sistema nervoso autônomo atua como um sistema de controle involuntário para funções como a frequência cardíaca, a pressão arterial, a digestão, a frequência respiratória e a transpiração.
No estudo atual, os pesquisadores monitoraram 21 pacientes após concussão e todos experimentaram anormalidades significativas na frequência cardíaca e pressão arterial durante o teste autonômico.
Os médicos concluíram que estas alterações estão ligadas à concussão. "Ao contrário da crença popular, os sintomas de "tontura" que os pacientes sentem logo após uma concussão podem, em alguns casos, ser ligados ao sistema nervoso autônomo, em vez de um distúrbio do ouvido interno", observa o neurologista Bert Vargas.
Segundo os pesquisadores, mais pesquisas são necessárias, mas a equipe está otimista. "Este estudo mostra um possível biomarcador eletrofisiológico que indica que uma concussão ocorreu, estamos esperançosos de que, com mais pesquisa, ele pode ser usado como um biomarcador para a recuperação", concluem os autores.