Cientistas da Georgia Regents University, nos EUA, descobriram pequenas moléculas de RNA que podem ter papel chave no desenvolvimento da resistência à insulina em mulheres.
A pesquisa sugere que altos níveis de atividade de um microRNA, chamado miR-93, em células de gordura impede a utilização da glicose pela insulina, contribuindo para a resistência à insulina, em especial em mulheres com a síndrome dos ovários policísticos.
"Este é um dos primeiros relatos de um defeito que pode ocorrer tanto em mulheres que são resistentes à insulina e, em particular, em mulheres com ovários policísticos. Identificar esse mecanismo molecular nos ajuda a compreender essas condições comuns e nos aponta para terapias específicas para corrigir esses problemas em mulheres", afirma o pesquisador Ricardo Azziz.
A síndrome do ovário policístico afeta cerca de 10% das mulheres e é caracterizada por excesso de hormônio masculino, ovulação e menstruação irregular e está associada com um maior risco de resistência à insulina, que pode levar a diabetes e doenças cardíacas.
Os pesquisadores analisaram as células de gordura da parte inferior do abdome de 21 mulheres com a síndrome e 20 controles. Em todas as mulheres com ovários policísticos, eles descobriram expressão excessiva de miR-93 e diminuição da expressão de GLUT4, proteína-chave que regula o uso de glicose pela gordura para produzir energia.
A expressão de GLUT4 foi menor nas mulheres com a síndrome que também eram resistentes à insulina. Eles também encontraram que a expressão foi baixa em membros do grupo de controle que eram resistentes à insulina.
"Os baixos níveis de GLUT4 na gordura parecem estar afetando a resistência à insulina, em geral e têm um impacto mais dramático na síndrome do ovário policístico. Não houve nenhum mecanismo claro para descrever a resistência à insulina em mulheres com a síndrome e acreditamos que este é um dos caminhos", concluem os pesquisadores.