Cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, determinaram uma maneira de prever novas cepas do vÃrus da gripe.
A pesquisa tem potencial para levar a uma vacina universal contra surtos de gripe sazonais e pandêmicos.
A gripe é uma doença respiratória aguda que se espalha rapidamente. Todo o mundo, epidemias sazonais anuais de gripe resultam em 3 a 5 milhões de casos de doença grave, e até 500 mil mortes. Um vÃrus recém-surgido pode se espalhar por 74 paÃses em 2 meses.
O novo estudo descobriu como prever e, potencialmente, evitar as células mutantes do vÃrus influenza, que escapam das células brancas imunes dos nossos corpos (células T).
Segundo a autora sênior, Katherine Kedzierska, a descoberta pode levar a uma nova vacina universal contra gripe para proteger melhor contra os dois tipos de surtos sazonais e pandêmicos.
A pesquisa também vai ajudar os pesquisadores a entender a imunidade das células T contra outras infecções virais como HIV, hepatite C e tumores.
"A introdução de uma cepa da nova gripe na circulação humana leva a uma rápida disseminação global do vÃrus devido à imunidade mÃnima de anticorpos. Glóbulos brancos chamados linfócitos T são altamente eficientes no combate à infecção pelo vÃrus influenza. Assim, a imunidade estabelecida das células T para determinadas regiões virais podem fornecer imunidade "universal" contra linhagens distintas de gripe sazonal e pandêmica. No entanto, os vÃrus da gripe podem mutar seus genes para escapar de células T. Isso constitui um grande problema para um projeto de uma vacina universal", destaca Kedzierska.
No presente estudo, os investigadores desvendaram como o vÃrus da gripe escapa da imunidade das células T através da introdução de mutações especÃficas dentro das proteÃnas virais.
De acordo com o pesquisador Peter Doherty, prever e projetar vacinas para proteger contra essas mutações pode promover a imunidade das células T. "Os estudos sugerem que uma vacina contra a gripe que ataca as células T e reconhece cepas de vÃrus distintos poderia fornecer imunidade universal contra qualquer cepa de influenza futura", conclui.
A pesquisa foi publicada na revista PNAS.