Cerca de 10 mil pessoas no país serão beneficiadas com a oferta gratuita, pelo Ministério da Saúde, de um medicamento de alta tecnologia no controle de sangramentos para pacientes com hemofilia A. Aprovado nesta quinta-feira (7), o fator VIII recombinante estará disponível em até seis meses nos hemocentros brasileiros.
De acordo com a pasta, o Brasil também passa a produzir nacionalmente o medicamento, por meio de transferência de tecnologia. É o resultado da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) firmada em outubro de 2012 com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).
Com isso, o governo passa a adquirir o medicamento a preço quatro vezes menor do que o valor médio atual pago para atender a demandas judiciais.
A parceria amplia o acesso da população a medicamentos mais modernos e eficazes e qualifica a atenção prestada aos pacientes hemofílicos. " Esse tratamento é o que existe de mais avançado no mundo. Com a produção nacional, o país conseguirá atender a cerca de 90% dos portadores da doença, com exceção dos pacientes intolerantes ao tratamento" , afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Ainda de segundo o ministério, com a mesma eficácia e segurança que o do fator plasmático, já ofertado no SUS, o novo medicamento tem a vantagem de não depender de doações de sangue, o que limita a produção.
Estudos apontam que a taxa de sucesso no tratamento com o fator VIII recombinante é igual ou superior a 90%. Atualmente, 97% dos tratamentos para hemofilia realizados no SUS ocorrem com uso de plasma humano (plasmático).
Os 3% restantes são pacientes que já recebem o tratamento com o fator VIII recombinante por meio de ações judiciais. Para cumpri-las, o ministério gastava entre U$ 1,5 a U$ 1,75 por unidade do medicamento. Com essa nova PDP, estima-se que até 2014 o uso do fator VIII recombinante deve corresponder a 20% do total de tratamentos.