Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, descobriram um gene que causa obesidade em camundongos.
A pesquisa sugere que a eliminação do gene Plin2 nos animais é capaz de prevenir o excesso de peso, mesmo quando eles são alimentados com uma dieta rica em gordura.
Segundo os pesquisadores, talvez seja possÃvel duplicar a descoberta em humanos usando tecnologias que têm como alvo o gene especÃfico.
O estudo foi publicado no Journal of Lipid Research.
A equipe de pesquisa criou uma espécie de camundongos sem o gene Plin2, responsável pela produção da proteÃna que regula o armazenamento e o metabolismo de gordura. Imediatamente eles notaram que os ratos eram resistentes à obesidade. "Quando alimentados por uma dieta que induz a obesidade, esses ratos não engordam", explica o autor do estudo James Mcmanaman.
Geralmente, os ratos alimentados com uma dieta rica em gordura comem vorazmente, porém estes apresentaram uma restrição incomum. Além de comer menos eles eram muito mais ativos.
Segundo os pesquisadores, as células adiposas das cobaias eram 20% menores que a dos ratos normais e não apresentaram o tipo de inflamação geralmente associada à obesidade. A doença do fÃgado gorduroso associada à obesidade, comum em roedores e humanos, não apareceu nos ratos sem o gene Plin2.
"Os ratos eram mais saudáveis. Eles tinham nÃveis mais baixos de triglicerÃdeos e eram mais sensÃveis à insulina. Não ocorreram casos de doença do fÃgado gorduroso e havia menos inflamação nas células adiposas. A ausência do gene faz a gordura ser metabolizada rapidamente. Queremos saber como isso funciona fisiologicamente e entender melhor como isso afeta o consumo de alimentos", afirma Mcmanaman.
De acordo com o estudo, entender como Plin2 está envolvido no controle do balanço energético fornecerá novas pistas sobre "os mecanismos pelos quais a nutrição excessiva é detectada, e como os indivÃduos se adaptam ou não aos desafios da dieta".
A equipe acredita que as consequências são altamente importantes para os seres humanos, já que também possuem o gene Plin2. "Pode significar que finalmente descobrimos uma forma de interromper a obesidade nas pessoas. Isso seria um grande avanço", conclui o pesquisador.