Equipe de pesquisadores da Johns Hopkins University, nos EUA, identificaram 25 proteínas humanas que podem ser crucial para a infecção pelo HIV-1 e a sobrevivência do vírus.
O vírus HIV-1, o subtipo mais comum e infeccioso do HIV, captura muitas proteínas humanas a partir das células que ele infecta, mas os investigadores acreditam que estas 25 proteínas podem ser particularmente importantes, porque são encontradas em vírus de HIV-1 provenientes de dois tipos diferentes de células infectadas.
A descoberta pode ajudar na construção de ferramentas de diagnóstico e novas estratégias de tratamento para combater a infecção pelo HIV.
O estudo foi publicado no Journal of Proteome Research.
Quando uma nova partícula do HIV sai de uma célula infectada humana, ela se envolve na membrana e em proteínas da célula hospedeira, despistando de forma eficaz as células do sistema imunológico. Os cientistas acreditam que algumas destas proteínas são "escolhidas" pelo vírus de forma a aumentar sua capacidade de sobreviver, ao passo que outras proteínas podem ser apenas aleatoriamente apanhadas na embalagem viral.
"Proteínas humanas incorporadas ao vírus podem ser usadas para encontrar e matar seletivamente as células que abrigam o HIV, mas o problema é que o HIV pode roubar centenas de proteínas diferentes exclusivas para cada tipo de célula que ele infecta, deixando alvos demais para os pesquisadores perseguirem", explica o autor sênior David Graham.
A nova pesquisa estreita o grupo de alvos a um pequeno número de proteínas que pode ser mais importante para a infecção pelo HIV e sobrevivência do vírus.
O HIV infecta vários tipos de células de todo o corpo, mais notavelmente células T CD4 + e macrófagos, dois componentes principais do sistema imunológico. Graham e sua equipe suspeitam que uma comparação de proteínas humanas incorporadas a partículas de HIV de diferentes tipos de células poderia levá-los às proteínas humanas importantes para a atividade do vírus.
Após o isolamento do HIV-1 a partir de células T CD4 + humanas criadas em laboratório, os pesquisadores usaram ferramentas de sequenciamento e bioinformática para identificar todas as proteínas humanas associadas.
Eles então usaram as mesmas ferramentas de bioinformática para re-analisar informações sobre proteínas isoladas de partículas do HIV-1 cultivadas macrófagos humanos.
A equipe identificou 279 proteínas absorvidas pelas partículas de HIV-1 a partir de um ou do outro tipo de célula. Destas, apenas 25 eram partilhadas por vírus a partir de ambos os tipos de células.
Segundo os pesquisadores, uma proteína que eles identificaram que pode ser particularmente importante para o diagnóstico e o tratamento é a CD44, uma vez que parece ser a única das 25 capaz de se ligar a outras células. Ela ajuda os vírus a se ligarem a locais de inflamação.