A Food and Drug Administration dos EUA (FDA) aprovou o primeiro implante de retina artificial capaz de ajudar a restaurar a visão de pessoas com uma desordem genética rara conhecida como retinite pigmentosa avançada.
O sistema, que recebeu o nome de Argus II, já havia recebido aprovação de autoridades europeias e foi transplantado em cerca de 60 deficientes visuais em todo o mundo.
O dispositivo, que inclui uma câmara de vÃdeo pequena, um transmissor montado sobre um par de óculos, uma unidade de processamento de vÃdeo (VPU) e uma prótese de retina (retina artificial), substitui a função das células degeneradas na retina (a membrana no interior do olho) e pode melhorar a capacidade de um paciente para perceber imagens e movimento. O VPU transforma imagens da câmera de vÃdeo em dados eletrônicos que são transmitidos sem fio à prótese de retina.
"Este dispositivo implantado cirurgicamente fornece uma opção para pacientes que perderam a visão devido à retinite, para a qual não há tratamentos aprovados pela FDA. O sistema pode ajudar os adultos com a doença que perderam a capacidade de perceber formas e movimento a serem mais móveis e realizarem tarefas do dia-a-dia", afirma Jeffrey Shuren, da FDA.
O sistema Argus II foi projetado para uso em adultos com 25 anos ou mais com retinite pigmentosa avançada que têm percepção de luz nua (pode perceber a luz, mas não a direção de onde ela está vindo) ou ausência de percepção luminosa em ambos os olhos.
Enquanto o dispositivo não vai restaurar a visão de pacientes, pode permitir-lhes detectar a luz e a escuridão no meio ambiente, auxiliando-os na identificação do local ou do movimento de objetos ou pessoas.
A FDA aprovou o olho biônico com base em um teste clÃnico efetuado com 30 pessoas de 28 a 77 anos, com uma acuidade visual abaixo de 1/10.
Os investigadores monitoraram regularmente a visão dos participantes por pelo menos dois anos após o implante.
Os pacientes demonstraram uma acuidade que lhes permitiu distinguir formas em preto em branco como, por exemplo, de uma pessoa em uma porta ou um indivÃduo sentado ao lado deles, mesmo sem poder reconhecer os rostos.
Os resultados do estudo clÃnico mostra que a maioria dos participantes foi capaz de realizar atividades básicas melhor com o Argus II do que sem o implante.