Agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) destacaram a redução dos casos de mutilação genital feminina em 30%, em dez anos, no Quênia. Um estudo lançado no Dia Internacional de Tolerância Zero da Mutilação Genital Feminina, nesta quarta-feira (6), mostra ainda mudanças em países onde a prática é comum, como no Egito, onde cerca de 90% das mulheres sofreram algum tipo de mutilação.
O documento foi publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fundo das Nações Unidas para a População (Fnuap). A embaixadora da Boa Vontade do Fnuap, Catarina Furtado, abordou a necessidade de adaptação de práticas culturais similares à questão dos direitos individuais.
"Acho fundamental não nos agarrarmos à desculpa de que a mutilação genital feminina, como outras práticas nefastas, atentórias aos direitos humanos das meninas e das mulheres em todo o mundo, são uma questão cultural," completa Catarina.
Em nota, o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, afirmou que os progressos demonstram que é possível acabar com a mutilação genital feminina. Já o diretor executivo do Unfpa, Babatunde Osotimehin, disse que a chave para quebrar o ciclo de discriminação e violência é conceder mais poderes às mulheres.