Esta semana o Governo do Estado do Ceará autorizou a aquisição de 16 novos dispositivos de assistência circula mecânica, beneficiando uma paciente de cardiologia que aguarda transplante. A iniciativa permite a continuação do Programa Coração Artificial, mantendo o estado e o Hospital de Messejana na liderança desse tipo de serviço. A aquisição permite a solução do problema com o Ministério da Saúde, que é o custeio desses equipamentos pelo poder público, segundo o cirurgião cardíaco Juan Mejia, coordenador do Programa Coração Artificial.
Segundo Mejia, a perda de candidatos a transplantes cardíacos em lista de espera no Brasil varia entre 20% (Fortaleza) e 60% (São Paulo). "Muitos desses pacientes chegariam a ser transplantados se tivéssemos essas máquinas disponíveis quando necessário"
A primeira paciente beneficiada com a cirurgia é portadora de uma miocardiopatia periparto, doença cardíaca adquirida durante a gravidez, Francisca Margaret Pinheiro da Silva, de 27 anos. Ela aguardava a doação de um coração em estado muito grave, dependendo de oxigênio, drogas vasoativas e terapia intensiva. Na madrugada do dia 29 de janeiro a paciente recebeu o implante de dois dispositivos de assistência circulatória mecânica e passa bem no Hospital de Messejana Doutor Carlos Alberto Studart Gomes.
Margaret é a nona paciente a ser beneficiada pelo Programa Coração Artificial do Hospital de Messejana. Os procedimentos, que iniciaram em 2006, deram início a uma nova fase do Transplante Cardíaco no Estado do Ceará. Consiste na utilização de dispositivos de assistência circulatória, implantados fora do corpo, que atuarão como ponte para o transplante de pacientes que se encontram em grave estado de saúde, a ponto de não poder esperar pela doação de um órgão. O coordenador da equipe da Unidade de Transplante Cardíaco, João David de Souza Neto, informou que os dois corações artificiais implantados vão ajudar Margaret a esperar mais tempo pelo transplante.