Com o objetivo de diminuir os casos de escalpelamentos na região Norte do país, a Comissão de Ações Sociais do Conselho Federal de Medicina (CFM) organiza uma campanha publicitária sobre o assunto. Um novo encontro ocorreu nesta segunda-feira (4), na sede do CFM, em Brasília, com representantes da Secretaria de Estado da Saúde do Pará, da Marinha Brasileira, do Ministério da Educação, e da Associação de Vítimas de Escalpelamento.
O objetivo é orientar a população ribeirinha a se transportar com segurança. A proposta é trabalhar de forma articulada a fim de prevenir acidentes desta origem, que fez centenas de vítimas nos últimos anos. Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Pará apontam que desde 1979, onde foi detectado o primeiro caso, já se somam 391 acidentes deste tipo no estado.
Perda parcial ou total do couro cabeludo
No Brasil, a perda parcial ou total do couro cabeludo, conhecida como escalpelamento, é mais comum no Amapá e Pará, onde os moradores vivem cercados de rios e dependem de barcos artesanais para se locomover. A tragédia está associada ao eixo que transfere a força do motor à hélice passa pelo meio dessas embarcações, como algumas delas, a engrenagem não é coberta por nenhum tipo de proteção. O escalpelamento acontece quando os cabelos do passageiro se enroscam no eixo, que continua a girar, arrancando o couro cabeludo.
A proposta do CFM é mostrar a importância dos passageiros a prenderem o cabelo nessas viagens. A campanha também incentivará os barqueiros a cobrirem o eixo motor, ação gratuita e realizada pela Marinha, entretanto por medo de represarias os donos dos barcos acabam fugindo da fiscalização.