Mulheres com mutações nocivas no gene BRCA, que aumenta o risco de câncer de mama e do ovário, tendem a passar pela menopausa alguns anos mais cedo do que outras mulheres. É o que revela estudo de pesquisadores da Universidade da California, nos EUA.
Os resultados mostram que as mutações permitem a essas mulheres uma janela reprodutiva mais breve e, possivelmente, um maior risco de infertilidade.
Além disso, o estudo mostrou que portadoras da mutação que são fumantes entram na menopausa ainda mais cedo do que mulheres não fumantes com a mutação.
"Nossos resultados mostram que a mutação desses genes tem sido associada à menopausa precoce, o que pode levar a uma maior incidência de infertilidade. Isso pode causar implicações psicológicas para mulheres transportadoras dos genes BRCA1 / 2, e provavelmente vai ter um impacto sobre sua saúde reprodutiva", afirma o autor sênior Mitchell Rosen.
Segundo os autores, este é o primeiro estudo a explorar a associação entre BRCA1 e BRCA 2 e a idade de início da menopausa.
Mutações em qualquer um dos genes BRCA 1 e BRCA 2 aumentam o risco de câncer de ovário e mama. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a chance de uma mulher ter câncer de mama em algum momento de sua vida aumenta 12 a 60% com uma mutação BRCA, e de ter câncer de ovário de 1,4% para entre 15 e 40%.
Os pesquisadores analisaram 382 mulheres da Califórnia que carregavam a mutação BRCA1 ou BRCA2 e outras 765 mulheres que não eram portadoras conhecidas.
Os resultados mostraram que as mulheres com as mutações genéticas pararam de menstruar por volta dos 50 anos, em média, em comparação com 53 anos para as outras mulheres.
A menopausa mais precoce, aos 46 anos, apareceu em mulheres com uma mutação BRCA, que também fumavam mais de 20 cigarros por dia.
Os autores apontam que, embora o estudo mostre um possível risco aumentado de infertilidade para as portadoras da mutação, mais pesquisas são necessárias.
"Esses dados podem ajudar as mulheres a entender que seus anos férteis podem ser ainda mais limitados pela menopausa precoce, para que elas possam tomar decisões sobre suas escolhas reprodutivas e reduzir a incidência de cirurgias arriscadas do câncer", conclui o coautor Lee-may Chen.