Após o sucesso dos testes de toxicidade, cientistas anunciaram o início de testes clínicos de vacina contra a Aids, em Marselha, no sul da França.
Quarenta e oito pacientes voluntários vão receber três diferentes doses de vacina . Os resultados preliminares são esperados em alguns meses", afirma o responsável pela pesquisa Erwann Loret.
Os pacientes serão vacinados três vezes, com um mês de intervalo entre cada dose. Após este período, eles deverão suspender o tratamento com o coquetel.
"Se após estes dois meses a taxa de vírus no sangue for indetectável, então o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos pela Unaids. Com estes resultados poderemos passar para outra fase das pesquisas com a participação de um grupo de 80 voluntários, metade tomando a vacina e outra metade um placebo," afirmou Loret.
Há 10 anos pesquisando a vacina, Erwann Loret é integrante do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e diretor do Instituto de Biologia Estrutural e Microbiologia de Timone. Ele foi responsável pela criação da molécula anti-Aids, um produto ativo que tem como alvo a proteína TAT. Esta proteína impede o sistema imunológico de pacientes com AIDS de "limpar" o corpo das células infectadas e é a base da vacina testada agora.
Em 2001, a vacina desenvolvida em Marselha foi injetada sete macacos. Um ano depois, os macacos foram infectados com o SHIV, um vírus híbrido entre HIV e SIH (vírus que afeta os macacos). "Após 56 dias, as cobaias não apresentavam mais sinais do vírus, confirmando a eficácia da vacina, que já havia sido testada com sucesso em coelhos", disse Loret.
Ele completou afirmando que mesmo que os testes sejam positivos, " não se espera o fim da Aids e sim a substituição do atual coquetel, que ocasiona vários efeitos colaterais, por uma vacina."