Especialistas do Hospital Infantil da Filadélfia, nos EUA, estão entre os líderes de dois estudos nacionais que demonstraram que ressuscitação cardiopulmonar (RCP) mais longa é mais eficaz em salvar vida de crianças e adultos.
As equipes de pesquisa analisaram o impacto da duração da ressuscitação cardiopulmonar em pacientes que sofreram parada cardíaca enquanto hospitalizados.
"Essas descobertas sobre a duração da RCP são importantes e esperamos que esses resultados afetem rapidamente a prática de hospitais", afirma o pesquisador Robert A. Berg.
Os investigadores relataram dados sobre a ressuscitação cardiopulmonar em milhares de pacientes de hospitais norte-americanos em dois estudos, um realizado em crianças e outro em adultos.
Berg foi coautor do estudo pediátrico que analisou os registros hospitalares de 3.419 crianças nos EUA e Canadá de 2000 a 2009. Os resultados deste estudo mostraram que entre as crianças que sofreram parada cardíaca no hospital, uma parte maior sobreviveu quando RCP prolongada, com duração superior a 35 minutos foi aplicada. Entre as crianças que sobreviveram com RCP prolongada, mais de 60% tiveram bons resultados neurológicos.
O pensamento convencional tem sido que a RCP é inútil depois de 20 minutos, mas Berg disse que estes resultados desafiam essa suposição.
Segundo os pesquisadores, as categorias da doença afetaram os resultados, com crianças internadas para cirurgia cardíaca tendo uma melhor sobrevivência e evolução neurológica do que crianças em todos os outros grupos de pacientes.
Os resultados pediátricos gerais se assemelham aos encontrados no estudo de 64 mil adultos com paradas cardíacas intra-hospitalares entre 2000 e 2008.
Berg também foi coautor do estudo. Pacientes de hospitais que receberam RCP com duração mediana de 25 minutos tiveram uma chance 12% maior de sobrevivência de parada cardíaca, em comparação com pacientes que receberam RCP de 16 minutos.
Os próximos passos para pesquisadores de RCP são identificar o risco e fatores preditivos que determinam quais pacientes podem se beneficiar mais da ressuscitação prolongada, e quando os esforços de RCP se tornam inúteis. "Em conjunto, os resultados adultos e pediátricos apresentam uma mensagem clara e de esperança: persistir por mais tempo com RCP pode oferecer melhores resultados do que se acreditava anteriormente", conclui Berg.