O diagnóstico e controle da hanseníase, no interior do Amazonas, vão ganhar o reforço da telemedicina. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o objetivo das parcerias é ampliar a capacitação de profissionais para o diagnóstico da hanseníase, por meio do recurso das teleconferências. A iniciativa ainda ajudará no monitoramento dos casos da doença, com o apoio de uma segunda opinião a distância, alternativa propiciada pela telemedicina.
O Amazonas já esteve em 1º lugar no ranking nacional da hanseníase. Atualmente, ocupa a 17ª posição. Entre 2003 e 2012, a detecção de casos novos da doença no estado registrou queda de 76%. "É muito importante continuarmos avançando no controle da hanseníase e a qualificação do diagnóstico, sobretudo no interior do estado, onde o acesso da população aos serviços de saúde tem muitas especificidades, é fundamental para o alcance desse objetivo" , diz Luiz Cláudio Dias.
O diretor técnico da Fuam explica que o projeto da teledermatologia prevê, além do envolvimento do governo do estado e das prefeituras, a participação dos organismos de controle social, como é o caso dos conselhos municipais e do movimento de reintegração dos hansenianos (Morhan). " Este é um componente muito importante do projeto, que prevê o que classificamos de ' empoderamento' dos representantes do controle social, a fim de que eles contribuam com o acompanhamento das ações de controle da hanseníase" , afirmou Dias.
Em 2012, foram detectados 606 casos novos de hanseníase, no Amazonas, dentre os quais 400 (66%) no interior e 206 (34%) na capital. Em 2011, foram notificados pela Fundação Alfredo da Matta, 329 casos de hanseníase, destes 256 (77,5%) foram casos novos. Estes equivalem a 43,7% dos casos notificados no Estado. Luiz Claudio destaca que o aumento no número de casos novos registrados, em 2012, deve-se à melhoria das ações notificação e monitoramento.
A doença
A hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. A doença é transmitida por meio das vias respiratórias tosse e espirro, de uma pessoa doente que ainda não recebeu tratamento medicamentoso. A detecção da doença se dá via exame de pele. Os sinais da doença são: manchas no corpo, caroços, dor e sensação de choque e fisgadas ao longo dos nervos.