A pesquisadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, Marina Leopoldina Lamounier, elaborou um preparado lácteo em pó para sorvetes com alto valor nutricional. Enriquecido com fibras de linhaça, inulina e FOS (fonte de prebióticos) o preparado tem menores teores de açúcar, gordura e sódio. O sorvete tem ainda alta quantidade de fibra alimentar, cálcio e vitaminas e foi saborizado com polpa de mangaba, fruta típica do cerrado brasileiro.
" A elaboração dos preparados em pó e dos sorvetes se constitui como forte potencial à comercialização, já que são ricos do ponto de vista nutricional e contemplam a demanda de todos os grupos biológicos desde crianças até idosos por serem atrativos e saudáveis" , afirma a tecnóloga de alimentos Marina Lamounier.
A pesquisa foi orientada pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da Esalq.
Vitaminas e proteínas
Marina afirma que sorvetes de frutas do cerrado com baixo valor energético ganham espaço cada vez maior na mesa dos consumidores. " Estas frutas oferecem grande variedade de sabores e aromas, possuem quantidades significativas de vitaminas, propriedades funcionais e medicinais. Neste contexto, insere-se a mangaba (Hancornia speciosa), que apresenta boa digestibilidade, alto valor nutritivo e consideráveis teores de proteína e vitamina C" , detaca.
O estado nutricional, principalmente das populações que vivem em países desenvolvidos, é afetado por hábitos inadequados como o consumo excessivo de gorduras, elevada ingestão de açúcares e diminuição considerável do consumo de fibras, vitaminas e sais minerais, que podem favorecer a incidência de doenças crônico-degenerativas, alerta a pesquisadora.
Além disso, a ingestão de cálcio da população está muito abaixo dos valores considerados ideais, que é de 1000 miligramas por dia para os adultos. Segundo Marina, em decorrência disso, muitas crianças estão sujeitas ao raquitismo, à baixa estatura, à osteopenia e osteoporose. " Isso ocorre porque muitos produtos lácteos, como leite e queijo, não são interessantes ou atraentes suficientemente, contribuindo para o baixo consumo," conclui.
Com informações da USP