Cientistas da Penn State, nos EUA, demonstraram que a proteÃna que permite que os mexilhões grudem nas superfÃcies pode levar a um novo adesivo para melhorar a cicatrização de feridas e promover a cura mais eficiente do tecido após procedimentos cirúrgicos.
Nas últimas décadas, bioadesivos, selantes de tecidos e agentes hemostáticos tornaram-se os produtos preferidos para controlar o sangramento e promover a cicatrização do tecido após a cirurgia. No entanto, muitos deles têm efeitos secundários ou outros problemas, incluindo a incapacidade de ter um bom desempenho no tecido molhado.
"Para resolver este problema de saúde, nós olhamos para a natureza. Há criaturas do mar, como o mexilhão, que pode ficar em rochas e em navios no oceano. Eles podem se segurar com força, porque produz uma proteÃna adesiva muito poderosa. Olhamos para a estrutura quÃmica do produto deste tipo de proteÃna adesiva", afirma o pesquisador Jian Yang.
Yang e seus colegas utilizaram a informação biológica e desenvolveram uma famÃlia totalmente sintética de adesivos.
Eles incorporaram a estrutura quÃmica da proteÃna adesiva do mexilhão na concepção de um polÃmero sintético injetável. O bioadesivo, chamado iCMBAs, adere bem em ambientes úmidos, tem degradabilidade controlada, melhor biocompatibilidade e custos de produção mais baixos, colocando-os um passo acima dos produtos atuais, como a cola de fibrina e o cianoacrilato.
Os investigadores testaram iCMBAs em ratos, utilizando o adesivo para fechar três feridas durante dois minutos. Três outras feridas foram fechadas com suturas.
Os iCMBAs apresentaram 2,5 a 8 vezes mais aderência em condições molhadas em comparação com a cola de fibrina. Eles também cessaram o sangramento instantaneamente, facilitou a cicatrização de feridas, fechou feridas sem a utilização de suturas e ofereceu degradação controlável.
"Se quisermos que o material fique por uma semana, podemos controlar o polÃmero para se degradar em uma semana. Se quisermos que ele permaneça por mais de um mês, podemos controlar a sÃntese e fazer com que ele se degrade em um mês", afirma Yang.
Os iCMBAs também são não-tóxicos, e, porque são totalmente sintéticos, não são susceptÃveis de provocar reações alérgicas.
Os pesquisadores agora estão trabalhando para melhorar a fórmula. "Nós ainda estamos otimizando nossa formulação. Estamos tentando fazer com que a força de adesão seja ainda mais forte para expandir seu uso para situações como ossos quebrados onde a adesão forte é muito importante", conclui Yang.
A pesquisa foi descrita na revista Biomaterials.