A infecção pela H. pylori, apesar de assintomática, pode levar a doenças graves, como o câncer do estômago, quando há associação entre os fatores genéticos do hospedeiro e fatores ambientais, como ingestão de alimentos contendo concentrações elevadas de sal e pequeno consumo de frutas frescas e vegetais crus, ricos em vitamina C e D. A bactéria é também a principal causa de úlcera duodenal. O alerta é da professora do Departamento de Propedêutica Complementar da UFMG, Dulciene Queiroz.
Segundo ela,a bactéria, ao infectar a mucosa do estômago não produz sintomas na maioria dos indivíduos, o que favorece a evolução para doenças em 10% dos casos. De acordo com a professora a taxa de prevalência no Brasil é elevada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como no Norte de Minas Gerais, atingindo entre 80% e 100% dos indivíduos. Já nos estados do Sudeste e do Sul, o percentual de infectados cai para cerca de 50%. " Por ser uma bactéria específica de seres humanos sua transmissão se dá de uma pessoa para outra, geralmente na infância, e a fonte de infecção mais provável é a família" , conta a médica.
Testes e tratamentos
O diagnóstico da infecção pode ser feito por meio de vários testes, como os invasivos , em que o indivíduo é submetido ao exame endoscópico para a obtenção de fragmentos do estômago, com o objetivo de pesquisar a presença da bactéria. Entre os métodos não invasivos, há o " Teste do Sopro" , no qual o paciente sopra um balão e, logo em seguida, ingere uma solução de uréia marcada com carbono 13 não radioativo. Depois de 30 minutos, uma segunda amostra de ar expirado é obtida. A enzima urease, produzida pela bactéria quando presente no estômago, quebra a uréia em amônia e 13CO2. Este último, percorre a corrente sanguínea até os pulmões e é eliminado no ar expirado. A diferença de concentração de 13CO2 entre a segunda e a primeira amostra de ar é determinada em um leitor de luz infravermelho.
O tratamento da infecção é feito com antimicrobianos aliados ao uso de medicamentos para diminuição da acidez gástrica, o que facilita a absorção das drogas, por um período compreendido entre 7 e 10 dias. Nem todos os pacientes respondem bem ao tratamento, devido, principalmente, à resistência da bactéria aos antimicrobianos usados ou o abandono do tratamento pelo paciente.
Com informações da Ascom/UFMG