Cientistas da UT Southwestern Medical Center, nos EUA, descobriram um mecanismo molecular essencial para permitir que o coração se regenere. A pesquisa representa um passo fundamental para o desenvolvimento de terapias a fim de tratar eventuais danos sofridos após um ataque cardíaco.
A equipe de pesquisa se reuniu para estudar, em camundongos, como o tecido cardíaco se regenera e descobriu que microRNAs contribuem para a capacidade do coração de se regenerar até uma semana após o nascimento. Pouco tempo depois, o coração perde essa capacidade.
Ao determinar os mecanismos fundamentais que controlam a regeneração natural do coração, os investigadores começaram a compreender melhor o obstáculo número um na investigação cardiovascular, a incapacidade do coração de se regenerar após uma lesão.
"Pela primeira vez desde que começamos a estudar como as células respondem a um ataque cardíaco, acredito que é possível ativar um programa de regeneração endógena", afirma o autor do estudo Hesham Sadek.
Sadek e seus colegas descobriram que corações de roedores jovens montaram uma forte resposta regenerativa após enfarte do miocárdio, mas essa atividade reparadora ocorreu apenas durante a primeira semana de vida. Eles notaram que, em seguida, um microRNA chamado miR-15 desativa a capacidade regenerativa, mas, quando miR-15 é bloqueado, o processo de regeneração pode ser mantido por muito tempo.
"É uma nova perspectiva sobre um velho problema. Estamos animados com esse resultado inicial, pois nos fornece uma oportunidade terapêutica para manipular a regeneração do coração", afirma o coautor Eric Olson.
Mais pesquisas serão necessárias para otimizar as formas com que cientistas e, eventualmente, médicos, podem ser capazes de controlar este processo regenerativo. "Isso pode muito bem ser o início de uma nova era na biologia da regeneração do coração. Nossa pesquisa fornece a esperança de que despertar a capacidade regenerativa dos corações de mamíferos adultos está ao nosso alcance", conclui Sadek.