Pesquisadores dos EUA desenvolveram uma técnica de imagem de fluorescência que lhes permite visualizar os vasos sanguÃneos de animais vivos, com uma clareza sem precedentes em comparação com as técnicas convencionais.
Além de fornecer detalhes, a técnica permite a visualização rápida de imagens, permitindo que os pesquisadores meçam o fluxo de sangue em tempo real.
A técnica, chamada de near infrared-2 imaging, ou NIR-2, envolve primeiro a injeção de nanotubos de carbono solúveis em água na corrente sanguÃnea dos animais. Os pesquisadores então aplicam um laser sobre o objeto, no caso do estudo, um rato.
A luz faz com que os nanotubos especialmente concebidos fiquem fluorescentes a um comprimento de onda de 1-1,4 microns, que é detectado para determinar a estrutura dos vasos sanguÃneos.
O fato de os nanotubos ficarem fluorescentes em comprimentos de onda substancialmente maiores do que as técnicas convencionais de imagem é fundamental para alcançar imagens mais nÃtidas dos vasos sanguÃneos minúsculos. Outro benefÃcio é que o detector regista menos ruÃdo de fundo uma vez que o corpo humano não produz autofluorescência neste comprimento de onda.
O trabalho foi publicado na revista Nature Medicine.
A capacidade de obter informação tanto do fluxo de sangue quanto da clareza do vaso sanguÃneo não era anteriormente possÃvel, e será particularmente útil no estudo de modelos animais de doença arterial, tais como a forma como o fluxo de sangue é afetado pelas obstruções arteriais e constrições que causam, entre outras coisas, derrames e ataques cardÃacos.
"Para a pesquisa médica, é uma ferramenta muito agradável para olhar para os recursos em pequenos animais. Isso vai nos ajudar a entender melhor algumas doenças vasculares e como elas respondem à terapia, e como podemos desenvolver melhores tratamentos", afirmam os pesquisadores.
O próximo passo para a pesquisa, que pode tornar a tecnologia mais facilmente aceita para uso em seres humanos, é explorar alternativas para as moléculas fluorescentes. "Nós gostarÃamos de encontrar algo menor do que os nanotubos de carbono, mas que emita luz no mesmo comprimento de onda longo, de modo que possa facilmente ser excretado do corpo, eliminando quaisquer preocupações de toxicidade", conclui o investigador Hongjie Dai, da Stanford School of Medicine.