Pesquisa da Escola de Saúde Pública da Yale University sugere que a genética dos indivíduos desempenha um papel importante na resposta às leis de controle do fumo. O estudo encontrou evidências biológicas que podem ajudar a explicar por que algumas pessoas respondem a incentivos anti-tabagismo, tais como o aumento dos impostos e da expansão de área livres do cigarro enquanto para outros estas ações não são representativas.
"Descobrimos que nas pessoas que são geneticamente predispostas ao vício do tabaco o aumento dos impostos não foi suficiente para fazer com que elas deixassem o vício", disse o pesquisador Jason M. Fletcher, professor associado do Departamento de Políticas de Saúde e Gestão na Escola Yale de Saúde Pública.
Fletcher examinou a interação entre o nível estadual de tributação do tabaco e um gene do receptor nicotínico em adultos dos EUA. O estudo "gene-policy interaction" descobriu que variações no receptor de nicotina eram ligadas à influência de impostos mais elevados sobre múltiplas medidas de uso do tabaco.
Indivíduos com uma variante genética específica diminuíram a utilização do tabaco em quase 30% quando enfrentaram a alta de impostos. Já indivíduos com uma variante genética alternativa não apresentaram nenhuma resposta.
"Este estudo é um passo importante ao considerar como reduzir ainda mais as taxas de tabagismo em adultos. Precisamos entender por que as políticas existentes não funcionam para todos para que possamos desenvolver abordagens mais eficazes. Os resultados sugerem que estratégias que não dependem de consequências financeiras ou sociais podem ser necessárias para persuadir um segmento ainda significativo da população a parar de fumar," completa Fletcher.
O uso do tabaco continua a ser a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos, e é responsável por mais de 400 mil mortes a cada ano.