Cientistas do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM), na França, descobriram que dois tipos comuns de quimioterapia podem promover o crescimento dos tumores, ao invés de combater o câncer.
O estudo, liderado por François Ghiringhelli, foi publicado na revista Nature Medicine.
A pesquisa sugere que dois agentes quimioterápicos muito utilizados clinicamente, a gemcitabina, aplicada normalmente no tratamento do câncer de pâncreas, e o 5-fluorouracil, usado para tratar a maior parte dos cânceres em metástase no aparelho digestivo, ativam uma família de proteínas chamada NLRP3, que atua como sensor de perigo do organismo.
De acordo com os pesquisadores, isso desencadeia um processo que faz com que o próprio sistema de defesa do organismo produza a substância interleucina-1ß que diminui a imunidade anticâncer e aumenta os tumores.
Testes com camundongos mostraram que gemcitabina e 5-fluorouracil apresentaram mais efeito anticâncer nos animais tratados com receptor antagonista da interleucina-1ß.
Ghiringhelli e seus colegas afirmam que estes resultados identificam como a ativação de NLRP3 por gemcitabina e 5-fluorouracil é capaz de limitar a eficácia antitumoral destes agentes quimioterápicos.