Pesquisadores da University of Malaya, na Malásia, descobriram que relações sexuais no nono mês de gravidez não induzem o trabalho de parto.
A pesquisa não encontrou diferenças no momento do parto entre as mulheres que fizeram sexo e aquelas que se abstiveram, segundo informações do Daily Mail.
"Estamos um pouco desapontados que não encontramos nenhuma associação. Teria sido bom para os casais ter algo seguro, eficaz e talvez até divertido que eles poderiam usar para ajudar a entrar em trabalho de parto um pouco mais cedo", afirma o autor do estudo Tan Peng Chiong.
Apesar de não adiantar o parto, os pesquisadores ressaltam que o sexo é totalmente seguro antes do rompimento da bolsa amniótica.
Estudos anteriores propuseram uma série de explicações biológicas plausÃveis para justificar por que o sexo poderia induzir trabalho. Por um lado, o sémen contém uma substância semelhante ao hormônio prostaglandina, que é utilizado na sua forma sintética para induzir o parto. Também foi sugerido que o orgasmo pode provocar contrações uterinas.
Entretanto, poucos estudos já investigaram se o sexo realmente pode iniciar o processo de nascimento.
Na atual pesquisa, Chiong e seus colegas recrutaram mais de 1.100 mulheres entre as semanas 35 a 38 de gravidez. Nenhum delas tinha tido relações sexuais nas seis semanas anteriores ao estudo.
Cerca de metade das mulheres foram aconselhadas por um médico a fazer sexo com frequência como um meio de acelerar com segurança o trabalho de parto. A outra metade foi aconselhada de que o sexo era seguro durante a gravidez, mas que seus efeitos sobre o trabalho de parto eram desconhecidos.
Os pesquisadores então acompanharam as mulheres para determinar quanto tempo durou a gravidez e se foi necessária qualquer intervenção médica para começar o trabalho de parto.
Eles descobriram que cerca de 85% das mulheres que foram incentivadas a ter relações sexuais seguiram o conselho do médico, enquanto 80% das mulheres do outro grupo também teve relações sexuais.
As mulheres do grupo aconselhado a ter relações sexuais, fizeram sexo com mais frequência durante o restante perÃodo da gestação.
No entanto, os resultados mostraram que as taxas de parto induzido foram semelhantes em ambos os grupos: 22% do grupo encorajado a ter relações sexuais e 20,8% do outro grupo.
A gravidez também durou uma média de 39 semanas para ambos os grupos.
Segundo Jonathan Schaffir, da Ohio State University College of Medicine, os resultados oferecem um bom apoio para a ideia de que o sexo não ajuda a induzir o parto.
"Mesmo que o estudo não tenha mostrado qualquer aumento na taxa de indução do trabalho de parto, ele ajudou a cimentar a ideia de que sexo é provavelmente seguro na gravidez", afirma Schaffir.